Em meio à entrada na reta final do Brasileiro, o Vasco corre contra o tempo para amenizar a crise financeira. O clube tem até o fim do mês de outubro para prestar contas de pagamento de milhões de impostos atrasados e conseguir renovar a parceria com a Caixa Econômica Federal. O prazo - que é de praxe nas negociações da empresa com os clubes patrocinados no futebol brasileiro - começou a contar a partir de setembro, pois o contrato do banco estatal com o clube terminou no dia 31 de agosto. A diretoria tenta viabilizar empréstimos, mas esbarra na instabilidade de um fim de gestão e uma imprevisível sucessão presidencial.
Pelo primeiro ano como patrocinador master do Vasco, a Caixa acertou pagar ao clube R$ 15 milhões - o terceiro maior contrato de clube brasileiro com a CEF, atrás de Corinthians e Flamengo. Na renovação, o clube pretende chegar até R$ 21 milhões, cedendo à Caixa além da parte da frente, também as costas da camisa vascaína. Mesmo sem contrato em vigor, o Vasco vai manter na camisa a logomarca da Caixa.
Antes de colocar as mãos na última parcela de R$ 4 milhões do repasse da Caixa, o Vasco precisa quitar essa dívida de impostos, que já passa de R$ 5 milhões. A diretoria espera uma resposta sobre algumas tentativas de crédito com investidores e bancos para a semana que vem. Com a verba, o clube quitaria impostos, renovaria as certidões, receberia da Caixa e poderia renovar o patrocínio. Ao mesmo tempo, porém, há a necessidade de pagar os salários de julho e agosto que estão atrasados.
O departamento de futebol tenta blindar os jogadores e funcionários do novo obstáculo no fim da gestão Dinamite. O clube esperava menos problemas com a entrada no novo programa de recuperação fiscal do governo federal, o Refis, que vai alongar o pagamento em parcelas de boa parte das dívidas tributárias de cinco para 15 anos. Mas para isso, é necessária a aprovação do acordo na Justiça, que ainda não saiu. No novo Refis, além das multas e dos juros serem perdoados, o que provoca um alívio significativo no total da dívida, há diminuição no impacto mensal do pagamento daquele de dívidas tributárias a cada mês.