Sufocado financeiramente pela falta de recursos, o Vasco fez operações para alongar suas dívidas e liberar parte das receitas da Globo comprometidas pela gestão de Eurico Miranda. O clube ainda tem R$ 70,5 milhões em cotas antecipadas da televisão descontados até 2024. É o que aponta o balanço do clube do ano passado.
O primeiro documento contábil da administração de Alexandre Campello, referente a 2017, explicava que estavam antecipados quase todos os recursos de televisão de 2018 (92%), e mais da metade de 2019 (63%). Com isso, o Vasco se tornava inviável já que a TV é sua principal fonte de receita.
Foram feitas diversas negociações seja com o bancos seja com a própria Globo para mudar os prazos de pagamento. Um exemplo foram os empréstimos contraídos no ano passado com o BMG no valor total de R$ 38 milhões. Uma parte já foi usada para quitar débitos antigos, e o restante será descontado do pay-per-view de 2019 até 2024.
No total, a dívida registrada no passivo com empréstimos é de R$ 74 milhões. Desse total, R$ 70 milhões são de dívidas diretas com a Globo ou de empréstimos bancários feitos com garantias dos contratos de televisão, ou seja, saem direito dos cofres das emissoras para os bancos. A boa notícia para o Vasco é que apenas R$ 26 milhões serão descontados neste ano de 2019, o restante vai incidir sobre cotas de 2020 a 2024.
Isso mostra que que a diretoria vascaína foi bem-sucedida em alongar sua dívida. No ano passado, o Vasco entrou na temporada com a necessidade de quitar R$ 82 milhões antecipados da televisão. Isso porque Eurico pegou seguidos empréstimos dando dinheiro da Globo com garantia e com prazos curtos.
A diretoria vascaína ainda destacou ter conseguido renegociar o contrato com a Globo para pay-per-view. Segundo o balanço, isso gerou R$ 500 mil mensais extras para o clube. Não foram explicadas quais as condições da renegociação já que o ppv é pago de acordo com pesquisa da Globo com assinantes.
O Vasco ainda também terá outros descontos em cotas de competições. Há uma dívida com a CBF de R$ 8 milhões, que foi reduzida em R$ 4 milhões no ano passado. Esse débito, gerado também na gestão de Eurico Miranda, será descontado em premiações, isto é, cotas da Copa do Brasil. É o mesmo caso de débitos com a Ferj que serão descontados das cotas do Estadual.
No geral, a situação financeira vascaína teve uma melhora em relação ao final de 2017. O clube aponta uma redução de dívida de R$ 93 milhões: informou um passivo total de R$ 582 milhões.
Outro dado relevante do balanço vascaíno é que o patrocínio do BMG tem como fixo apenas R$ 8 milhões por dois anos. Ou seja, o clube receberá como mínimo R$ 4 milhões por ano por seu espaço master. Além disso, será dinheiro que for gerado pelo uso pelos vascaínos de produtos do banco.