Rio - Dorival Júnior ainda busca meios para se equilibrar na corda bamba, mas, após três derrotas seguidas e na zona de rebaixamento, ele já não possui o mesmo prestígio no Vasco e está na alça de mira da diretoria. Para piorar, os próximos dez dias prometem tempo fechado. Com uma sequência de três partidas fora de casa, contra Atlético-MG, Goiás (pela Copa do Brasil) e Bahia, um tropeço já poderá ser o suficiente para derrubar o comandante, que lamenta a má fase, do cargo.
O risco de demissão foi real após a derrota para o Vitória, quarta-feira, mas tanto o diretor geral Cristiano Koehler quanto o diretor-executivo Ricardo Gomes preferiram dar um voto de confiança ao trabalho de Dorival Júnior. Entretanto, nos bastidores do clube, a pressão pela saída do treinador, que tem apenas 42,5% de aproveitamento — o mesmo do técnico Paulo Autuori —, é cada vez maior e já há quem diga que ele não continuará em caso de mais uma derrota.
Enquanto isso, Dorival tenta manter-se distante das cobranças, justamente para continuar focado e dar a volta por cima no Gigante da Colina. “Os comentários que as pessoas têm feito não me influenciam. Responderei ao comando do Vasco até o momento em que a diretoria deixe de acreditar no meu trabalho”, afirmou o técnico, continuando o desabafo:
“Quando o treinador chega é a solução. Dois meses depois, passa a ser o vilão da história. Infelizmente esse tipo de pensamento não vai mudar. Por isso tantos clubes seguem patinando”.
As lamentações de Dorival Júnior vão além das quatro linhas. Para ele, as disputas políticas, que já começaram mesmo com as eleições marcadas apenas para o ano que vem, têm atrapalhado o Vasco e, consequentemente, seu time.
“Eles (membros de movimentos políticos) são vascaínos ou não? Torcem por uma causa ou por um partido? Vascaíno de verdade se une e torce pelo clube. Mas eu tenho que me preocupar com o Atlético-MG”, completou.
TÉCNICO ESBOÇA TIME COM NOVIDADES
Para ter êxito na missão de retornar ao caminho da vitória, o técnico Dorival Júnior promete mudanças em relação ao time que perdeu por 2 a 1 de virada para o Vitória, quarta-feira, em São Januário. Mesmo sem falar abertamente sobre a escalação da equipe, ele promoveu a entrada do volante Baiano, no meio de campo, e da dupla Willie e Tenorio no ataque.
O treinador, que pediu para que a imprensa não filmasse os trabalhos táticos, deve formar o time que vai enfrentar o Atlético-MG, amanhã, com Michel Alves, Cris, Rafael Vaz e Baiano; Fagner, Wendel, Juninho, Dakson e Pedro Ken; Marlone, Willie e Tenorio.