A desatenção na bola parada defensiva, uma expulsão infantil e a dificuldade na criação de jogadas ofensivas impediram o Vasco de engrenar na Série B. Com o 2 a 1 adverso diante do Cruzeiro, uma nova derrota com velhos problemas, o time de São Januário registrou o seu pior começo em quatro participações da competição.
Tanto o desempenho do time quanto a pontuação a cada rodada na edição 2021 são irregulares. Entre melhoras e pioras em campo e a maioria de tropeços (duas vitórias, um empate e três derrotas), o Vasco não se aproxima e agora ficou três pontos distante do G-4. Uma realidade que aumenta a desconfiança sobre o trabalho de Marcelo Cabo.
Nas seis primeiras rodadas do Vasco na Série B, o pior aproveitamento é o alcançado em 2021. A diferença é significativa:
Na quinta à noite no Mineirão, Cabo manteve o 4-4-2, que havia testado pela primeira vez no 3 a 0 sobre o CRB. A diferença foi a ausência de Rômulo (Covid-19) e a entrada de Andrey. Ao dar a bola ao Cruzeiro, o Vasco começou melhor. Controlou o jogo com a marcação adiantada e abriu o placar com Morato.
Tudo ia bem até que a bola parada defensiva voltou a ser problema - verdade que a defesa passou um bom tempo sem vazar desta forma. Rafael Sobis desviou escanteio na primeira trave, superando a marcação de Bruno Gomes e Riquelme, e Matheus Barbosa empatou. A desatenção fez com que a vantagem parcial durasse apenas seis minutos.
A partir daí, o Vasco foi pressionado. Não conseguiu marcar com eficiência ou manter a posse. Levou a virada em bela finalização do mesmo Matheus Barbosa, após um erro na saída de bola: Lucão deu chutão, depois de recuo de Leandro Castan, Riquelme não dominou e foi desarmado.
A organização do time ruiu a partir da expulsão de Bruno Gomes, que infantilmente se desentendeu com Paulão. Cabo esperou o intervalo e mexeu: saiu MT para a entrada de Juninho. Não deu certo. Mesmo que o Cruzeiro tenha diminuído o ritmo, o Vasco pouco ameaçou. Teve uma posse de bola concentrada na defesa e no meio, e a maior troca de passes foi entre seus zagueiros: Ernando tocou 21 bolas para Castan, que devolveu outras 16 ao companheiro de posição.
É claro que a circunstância da partida em solo mineiro prejudicou o rendimento. Porém, os movimentos dos jogadores na hora de construir são lentos e previsíveis. Os toques laterais em excesso contrastam com a quase nula criação de espaços. Não à toa as poucas chances foram de bola parada (cabeçada de Castan) ou pela insistência de Cano (chutou para fora de dentro da área).
Léo Jabá até tentou tabelar com Marquinhos Gabriel em jogadas para chegar à linha de fundo, mas foi pouco. Pelo menos o Cruzeiro foi bem controlado no segundo tempo, não levou perigo a Lucão. Mas Cabo ainda não conseguiu fazer o time evoluir. O momento é de estagnação.