A quarta-feira foi de boas notícias para o Vasco em relação à disputa que trava com Flamengo e Fluminense pela gestão do Maracanã. O edital que o Governo do Estado vai publicar nesta quinta-feira, combinado à decisão mais recente do Tribunal de Justiça do Rio sobre o direito do clube de utilizar o estádio, podem forçar uma nova rodada de conversas entre os três clubes sobre o futuro do complexo.
A exigência de ao menos 70 partidas no Maracanã por ano, 54 válidas por competições nacionais ou internacionais, torna a entrada de uma terceira equipe, ao menos com jogos esporádicos no estádio, necessária. Flamengo e Fluminense já se manifestaram contrários à tamanha carga de jogos, por ser prejudicial à qualidade do gramado.
Soma-se à quantidade de partidas exigidas no Maracanã pelo edital o fato de o Tribunal de Justiça do Rio ter considerado que o Vasco tem sim o direito de pleitear a realização de partidas no estádio, contanto que ela ocorra em dias em que ele não esteja sendo usado.
O cruz-maltino considera isso um trunfo: com isso, poderá recorrer à Justiça sempre que quiser jogar no Maracanã e Flamengo e Fluminense vetarem, caso continuem como gestores do complexo.
Ao mesmo tempo, por mais que publicamente o Vasco manifeste o desejo de gerir o Maracanã sozinho, para fazer valer seu direito de atuar no estádio, se for necessário, o clube entende que o cenário mais factível para ele é uma gestão tripla, com Flamengo e Fluminense.
Por isso, depois de conseguir o mérito na Justiça, a ordem é baixar a temperatura e tentar reativar as conversas com as diretorias dos clubes rivais.
Flamengo e Fluminense tentam caminhos diferentes para diminuir a dependência do Maracanã: o rubro-negro fala em construir estádio próprio e o tricolor, reformar as Laranjeiras para jogos com até 7 mil torcedores. Especialmente no caso do Flu, isso abriria brecha para o clube repetir a estratégia que o cruz-maltino mira para o Maracanã, de levar apenas partidas com grande apelo de público.