O Vasco decidiu entrar de cabeça na disputa pelo lado direito do Maracanã. A reocupação do Setor Sul no clássico contra o Fluminense, domingo, depois de seis anos, e a reação positiva da torcida vascaína, serviram de combustível para que a pauta, pouco abordada no primeiro ano da gestão de Alexandre Campello, se transformasse em prioridade.
A ideia é elaborar uma estratégia para tentar garantir ao clube o direito de ocupar a arquibancada no lado direito das cabines de transmissão de forma definitiva, dando fim ao impasse com a equipe das Laranjeiras.
A confiança na questão, depois da final da Taça Guanabara, é tão grande que a diretoria deve tentar convencer o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj), Rubens Lopes, a mudar de ideia quanto à proibição de jogos entre Vasco e Fluminense no Maracanã neste Estadual. Os dois times ainda podem se enfrentar outras três vezes na competição.
Ao ser o mandante e também o responsável pela operação do jogo, como foi na partida de domingo, o Cruz-Maltino acredita ter encontrado o caminho para quebrar a argumentação do Tricolor. O clube das Laranjeiras alega ter no contrato com a concessionária que administra o Maracanã a garantia de que pode escolher o lado de sua torcida no estádio, independentemente de ter o mando ou não. Isso porque, antes, a operação dos jogos no Maracanã ficava a cargo da empresa que administra o espaço.
A proximidade cada vez maior da concessionária com a atual diretoria vascaína também é um trunfo, na visão dos dirigentes. O acerto de um pacote de jogos do Vasco no Maracanã ficou ainda mais perto após o fim de semana.
Cercado de desconfiança por parte da torcida desde que assumiu a presidência, Alexandre Campello goza de prestígio nunca antes alcançado graças à questão do lado do Maracanã. A questão mobilizou diferentes correntes políticas e alivia a pressão sobre o dirigente.