A diretoria do Vasco quer pegar um empréstimo com garantia de cotas da TV Globo para cobrir o rombo nas contas de 2018 deixado pelo ex-presidente Eurico Miranda. A medida passará pelo Conselho Deliberativo em reunião marcada para 6 de agosto. O valor a ser pedido ainda está sendo fechado: informação inicial é de que o valor poderia variar de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões. Mas pode ser que seja necessário mais dinheiro para cobrir todas as pendências.
O clube já tem comprometida quase todas suas cotas de TV da Globo desse ano (92,4%), e boa parte do próximo ano (63,4%). Pelo balanço, o clube apresentava um rombo de R$ 114 milhões para cobrir em 2018, isto é, cerca de R$ 10 milhões por mês. Esse era o valor que faltaria para cobrir todas as despesas consideradas a receita disponíveis no início do ano.
O buraco foi reduzido com a venda do atacante Paulinho que gerou 13,6 milhões de euros (R$ 56 milhões) para o Vasco, sendo o resto bônus e comissões. Uma parte desse dinheiro foi para pagar um empréstimo de R$ 20 milhões com o empresário do jogador Carlos Leite, mas, assim, o clube também quitou uma despesa prevista para o ano.
Mas, ao mesmo tempo, a diretoria vascaína procurou credores e negocia dívidas, o que pode reduzir compromissos a ser quitados neste ano. Dirigentes ainda fazem cálculos para chegar ao número exato o que deve ocorrer nos próximos dias.
Certo é que será feito um empréstimo com o uso das garantias da Globo se o Conselho Deliberativo aprovar. Sem essa solução, a diretoria vascaína não vê como fechar as contas do ano.
A questão é que o presidente Alexandre Campello terá de obter apoio político de um Conselho dividido em que conta com poucos aliados de fato já que seu grupo político se enfraqueceu. Publicada no site do clube, a convocação da reunião é assinada por Eurico Miranda, que agora é presidente do Conselho Deliberativo do clube. Embora o texto fale em antecipação de receita de recebíveis da Globo, na verdade, o pedido será por um empréstimo com garantia nas cotas.
A avaliação dentro do Vasco é que a situação financeira é muito difícil em 2018 e no primeiro semestre de 2019 quando deve haver uma melhora com a liberação de parte das cotas de televisão. Além disso, há uma expectativa de fechar um patrocínio com o banco Inter para 2019.
Com o empréstimo, a diretoria vascaína entende que poderia ajeitar o fluxo de dinheiro conseguindo bancar o custo dos próximos anos, já que o comprometimento das cotas em 2020 e 2022 é menor.