Vasco terá plano de sócios com mensalidade mínima de R$ 15

A fase não é boa, mas o Vasco finalmente começa a colocar no papel um ambicioso plano de sócios na nova gestão Eurico Miranda. A um dia do aniversário de 117 anos do clube de São Januário, a notícia é boa para os torcedores de fora do Rio de Janeiro. Em novembro, o Vasco vai lançar categoria mais popular com mensalidade de R$ 15 para vascaínos espalhados pelo país - pesquisas do marketing do clube indicam que 70% dos torcedores do Vasco são de outros estados.

Nos últimos dias, o Vasco notificou a Microtag, empresa que administra o plano de sócios do clube, avisando que não vai renovar o contrato. Além da multa para encerrar o vínculo atual, há cláusula de preferência para a Microtag seguir em São Januário. Ou seja, se a empresa poderia igualar proposta concorrente. O clube, no entanto, está assumindo até novembro o banco de dados dos sócios estatutários e vai mudar o escopo do contrato, atrelando o programa de sócios à comercialização da bilheteria. 

- Vamos colocar preços baratos e fazer política para o torcedor se sentir importante. A gente sabe que o torcedor de fora do Rio dificilmente vai ver o Vasco jogar, mas vamos fechar série de benefícios para que o vascaíno do Nordeste, do Norte, de Santa Catarina, do Espírito Santo queira aderir ao plano de sócio-torcedor - explica o vice-presidente de marketing do Vasco, Marco Antônio Monteiro.

Programa de sócios "Gigante"

O programa de sócios já tem até nome escolhido: será "Gigante". Há ainda algumas outras definições que devem ser sanadas nos próximos dias. Com cerca de 24 mil sócios hoje - 12 mil pagantes apenas, pois no restante são categorias de não pagantes -, o Vasco tem arrecadação baixa com mensalidades - variando de R$ 380 mil para R$ 420 mil. As empresas que fizeram escopo do novo plano para associados e comercialização de ingressos fizeram estimativa mínima de conseguir 40 mil torcedores no novo sócio-torcedor vascaíno.

Ao todo, devem ser criadas quatro ou cinco categorias de sócio-torcedor. A segunda mais barata, para torcedores do Rio de Janeiro, deve ter preço inferior a R$ 25 - mais barato que os planos atuais, que variam de R$ 30 ("Vascaíno de coração") a R$ 40 (sócio geral) e R$ 55 (sócio proprietário). Vai haver também valores intermediários - com mensalidade girando entre R$ 60 e R$ 70 - e um mais caro, com entrada gratuita em todos jogos do Vasco.

Na gestão Roberto Dinamite, o clube lançou o programa "Vasco é meu", que chegou a ter mais de 50 mil inscritos, mas os resultados do futebol, como geralmente acontece nos planos de associados do clube, minaram a adesão de vascaínos, que reclamavam também de problemas na cobrança e no pagamento das mensalidades.

A esperança da diretoria é que o novo programa também faça o clube arrecadar mais com os jogos em São Januário. O Vasco tem média de público de pouco mais de 12 mil pessoas como mandante, a 13ª maior entre os 20 clubes do Brasileiro no 1º turno. De bilheteria, o clube lucrou R$ 2 milhões do total de R$ 5,3 milhões de receitas com bilheteria.

- Creio que são vários fatores que explicam baixo público e arrecadação em São Januário. Hoje falta atratividade, principalmente pela nossa campanha. Podemos ter média de público muito melhor do que estamos tendo. A gente acha que o novo programa vai melhorar bem a ocupação do estádio. Até as empresas não acham ruim estádio não ser tão grande. O sócio tem a vantagem de garantir logo seu ingresso - lembra Monteiro.