A base do Vasco teve seu ano de menor utilização nos jogos do time profissional nos últimos 15 anos conforme pesquisa feita pela Trivela. Em 2024, 22 jogadores revelados pelo Cruzmaltino entraram em campo pelo clube. Apesar do número alto de atletas, a quantidade de partidas e a minutagem deles em campo foram muito baixas.
Esses jogadores totalizaram 145 jogos e 5.658 minutos em 2024. Estes são o segundo pior índice em número de partidas e o menor em minutagem em campo, segundo o levantamento.
A análise contabiliza número de partidas e minutagem dos atletas, coletadas no site “O Gol”. Os crias da Colina que voltaram ao clube, como Philippe Coutinho, assim como os atletas que foram contratados, seja em definitivo ou por empréstimo, para o time sub-20 foram considerados no levantamento.
Por conta da disputa do torneio amistoso Série Río de la Plata no início do ano, o clube mandou a campo um time reserva com muitos garotos nas duas primeiras rodadas do Campeonato Carioca. Assim, vários jovens jogadores ganharam oportunidades nessas duas partidas.
Dos 22 atletas, o mais utilizado neste ano foi o atacante Rayan, de apenas 18 anos, que tem sido observado pelo futebol europeu e pode deixar o clube na próxima janela de transferências. Foram 33 partidas da joia da Colina. O lateral-esquerdo Leandrinho ficou na segunda posição, com 23.
– Eu quero chegar num nível em que o Vasco utilize a base o máximo de tempo possível, que tenha um retorno técnico para uma possível venda. Não é esse momento. Nesse momento, o que me deixa bastante chateado é que, às vezes, você vai ter que vender a base para cair dentro da conta de orçamento, e fechar os pagamentos. Isso me irrita porque é um dinheiro que entra para você pagar conta. Mas é um planejamento, e faz parte disso — avaliou o presidente Pedrinho em coletiva.
A baixa utilização de jovens atletas começou com o técnico argentino Ramón Díaz e passou pelos treinadores Álvaro Pacheco, Rafael Paiva e o interino Felipe.
Oriundo da base, Paiva até promoveu as estreias de vários jovens, como o zagueiro Lyncon, os meias JP e Estrella, além dos atacantes Bruno Lopes e Alegria, mas optou por muita cautela ao lançar os garotos. Alguns deles, inclusive, estão relacionados para disputar a Copinha em janeiro de 2025.
— A nossa vontade era botar todo mundo para jogar, mas sabemos o peso que é o Vasco. É uma pressão grande, responsabilidade muito grande para eles – disse Rafael Paiva.
Com recursos financeiros limitados durante boa parte dos últimos 15 anos, o Vasco apostou muitas vezes na base como alternativa. Ela se fez mais presente no time profissional em 2021, ano em que o clube não conseguiu subir da Série B para a elite.
Naquele ano, foram 465 jogos e 24.814 minutos dos “crias” do Vasco. Oito fizeram pelo menos 25 jogos no ano, um recorde no levantamento: Andrey Ramos, Bruno Gomes, Figueiredo, Gabriel Pec, Juninho, Matías Galarza, MT e Ricardo Graça.
Alguns jogadores dessa geração, inclusive, fazem planos para retornar ao Vasco no futuro, revelou Andrey em entrevista exclusiva à Trivela.