Erros na bola aérea são menos frequentes, mas dificuldade do time em matar os jogos tem levado intranquilidade à torcida e à comissão técnica até minutos finais dos confrontos.
"Chegou a hora de jogar como Vasco em São Januário" foi alguns dos jargões ouvidos após o time de Marcelo Cabo perder e ser atropelado nas duas primeiras partidas em casa pela Série B. E "jogar como Vasco" seria o quê? Dominar os adversários, criar chances e conseguir vitórias. Bom, nos três jogos seguintes como mandante uma mudança de comportamento aconteceu, e a equipe teve 100%. Mas convenceu? Não.
Menos posse, mais vitórias
As três vitórias em casa, sobre CRB-AL (3 a 0), Brusque-SC (2 a 1) e Confiança-SE (1 a 0), têm pontos em comum. Primeiro: o time sempre teve posse de bola inferior ao adversário: 46% contra os alagoanos, 43% diante dos catarinenses e 40% no duelo com os sergipanos. Outro: embora não seja um dado estatístico, por não ter matado jogos, e o elástico triunfo contra o CRB é um exemplo (decidiu a parada nos acréscimos), o Vasco sempre esteve ameaçado de sofrer o empate nesses confrontos.
Curiosamente o Vasco teve mais posse nas derrotas para Operário-PR (58%) e Avaí (62%), ambas por 2 a 0. Estes jogos também marcaram as piores atuações do time na Série B. Embora tenha a tido mais no pé, os comandados de Marcelo Cabo não viram a bola em tais duelos.
E aí fica o questionamento: Cabo tentará retomar o estilo propositivo e intenso apresentado em seu início de trabalho ou fará do jogo reativo sua bola de segurança para os próximos compromissos? Dar a posse ao adversário seria uma forma de evitar a postura letárgica do início da Série B e deixar o time mais ligado para buscar as vitórias nos contragolpes?
Defesa funciona nas vitórias em casa
Apesar do futebol pouco vistoso e pobre em criatividade apresentado nesses triunfos com o selo "venceu, mas não convenceu", o Vasco tem algo a celebrar: a evolução defensiva jogando em seus domínios. Levou apenas um gol e marcou seis nas vitórias conquistadas na Colina Histórica.
O próprio Marcelo Cabo admitiu após o triunfo por 1 a 0 sobre o Confiança, no último sábado, que o a atuação do Vasco não foi a ideal. Ponderou, entretanto, que o calendário foi duro com seus comandados nas últimas duas semanas.
- Entendo que estivemos aquém da expectativa de todos. Estivemos aquém tecnicamente. Nos desorganizamos no primeiro tempo, melhoramos depois. Um fator determinante para não termos a intensidade que eu gostaria foi o fato de ter sido o quarto jogo em nove dias, além dos desfalques (contra o Sampaio Corrêa, Bruno Gomes, Juninho, Galarza e Léo Jabá, que cumpriram suspensão, estarão à disposição. Morato, que também não jogou contra o Confiança, é dúvida) - disse Cabo.
Próximo rival vive excelente momento defensivo
Com uma semana cheia pela primeira vez desde as finais da Taça Rio, Cabo terá mais três dias para fazer ajustes e acertar o time para tentar a tão esperada segunda vitória consecutiva na Série B. A julgar pelo histórico recente em casa, as chances são grandes, mas o Sampaio Corrêa tem se mostrado um concorrente de peso. É o terceiro colocado e é dono da melhor defesa da competição, com apenas dois gols sofridos.
Pobre na criação de oportunidades, vide a última rodada, em que finalizou menos do que o Confiança (11x13), o Vasco terá de apresentar um repertório mais variado para vencer.
Válido pela 10ª rodada da Série B, o jogo entre Vasco e Sampaio Corrêa está marcado para a próxima sexta-feira, às 19h, em São Januário. Os vascaínos estão na sexto lugar, com 13 pontos. Os maranhenses têm 18 e ocupam a terceira colocação.