Aos poucos, a torcida vascaína tenta recuperar a confiança no time que fez a pior campanha de todos os tempos em Taças Guanabaras as quatro derrotas nos quatro primeiros jogos superaram a sequência negativa de 1984. Mas nem os últimos bons resultados conseguiram apagar outra marca ruim deste início de 2011. Foram 17 gols sofridos em 12 jogos. A média é de quase 1,5 gol por jogo. Pior que isso somente em 1967, quando o time levou 20 gols no mesmo número de partidas.
E o mapa da mina tem sido as laterais do campo. Nada menos do que 65% dos gols sofridos pelo time saíram de cruzamentos de um dos lados da defesa vascaína. A zaga, aliás, teve quatro formações diferentes: Cesinha e Douglas (na estreia, quando os titulares Dedé e Anderson Martins não estavam inscritos), Cesinha e Fernando, Dedé e Anderson Martins e Dedé e Cesinha.
Talvez pelo desentrosamento do setor, o time tenha levado tantos gols de cabeça: foram seis no Campeonato Carioca. Nas últimas vitórias (ambas por 4 a 2), a equipe e o técnico Ricardo Gomes têm usado um discurso pouco confiável, argumentando que, enquanto fizerem quatro e levarem dois, está bom.
Porém, antes de dois clássicos decisivos (um contra o atual campeão carioca e outro contra o campeão brasileiro do ano passado), o Vasco sabe que não vai ter facilidade para fazer gols assim.
Para o lateral-esquerdo Ramon, o time sofre de alguns \"sustos\" que acabam resultando em gols. Pelo lado da defesa em que joga, foram sete cruzamentos ou jogadas que acabaram em gols, sendo dois nas últimas duas partidas.
\"No último jogo, depois da parada técnica, nós relaxamos. O Ricardo tem dado mais ênfase ao setor defensivo. Sabemos que precisamos corrigir esse apagão que acontece em dois ou três minutos do jogo. Temos que ter consistência do início ao fim\", disse Ramon. Para ele, ter levado sete gols nos últimos três jogos \"não atrapalha, mas incomoda\" os jogadores.
Se o problema é na zaga, a responsabilidade é dividida por todos. Foi o que disse o atacante Eder Luis, que viu um lado positivo nos últimos jogos. \"Antes levávamos gols no começo das partidas e assim era ruim porque tínhamos que correr atrás. Mas assim como o Dedé ajuda a gente lá na frente, nós temos que marcar atrás também\", cobrou Eder Luis.