A discussão sobre os efeitos do álcool no organismo dos jogadores tem produzido comentários exagerados dos dois lados tanto por parte dos que condenam o consumo, quanto dos que defendem a abstinência.
Entre os dois lados, trabalhando com dados científicos que a fisiologia oferece, há quem consiga, em silêncio, impor sua própria Lei Seca.
No Vasco, por exemplo, um dos clubes que faz uso do Reflotron (o Botafogo é outro), os pinguços não têm vez. O aparelho, que custa em torno de R$ 30 mil, é utilizado para medir o desgaste físico dos atletas.
Basta uma gota de sangue e ele fornece a análise de 17 parâmetros, dentre os quais o Gama GT, que indica o teor de álcool no organismo consumido até 48 horas antes.
Assim, toda sexta-feira o fisiologista Daniel Gonçalves recolhe uma gotinha de sangue de cada atleta com a finalidade de avaliar as condições físicas do elenco, relatório que ajuda o técnico a escolher os jogadores relacionados para os jogos.
E se o índice de Gama GT estiver acima do tolerável, o jogador pode, inclusive, ser afastado do elenco por alguns dias.
Para evitar o drible no bafômetro da bola, a comissão técnica de vez em quando promove testes aleatórios.
Mas, como o aparelho permite a leitura da enzima CK (creatina-quinase), que avalia as condições musculares, é interesse do próprio atleta ser submetido ao exame.
Desde que, é claro, esteja com o organismo limpo.
Por conta disso, já houve jogador subitamente afastado.