Os jogadores e os funcionários do Vasco que ganham mais de R$ 3 mil mensais recebem nesta sexta-feira (24) o pagamento referente ao mês de novembro – salário que deveria ter entrado na conta até o dia 20 de dezembro do ano passado.
O dinheiro será repassado pelo Banco BMG, em adiantamento da parcela do acordo comercial, e amenizará o desconforto em São Januário potencializado com o afastamento do vice de finanças João Marcos e o de controladoria, Adriano Mendes.
O clube, porém, continuará em débito com seus jogadores e funcionários, restando em aberto as folhas do mês de dezembro e o 13º salário.
O buraco no caixa vascaíno vem, em parte, do insucesso da venda dos direitos econômicos do atacante Marrony em 2019, jogador com o qual a diretoria esperava arrecadar algo por volta de dez milhões de euros (cerca de R$ 45 milhões) no repasse seus direitos econômicos para o futebol europeu.
Como as expectativas não se confirmaram, apesar da afirmação do jogador no time principal, as esperanças da diretoria para o cumprimento da folha se voltaram para os R$ 22 milhões da última cota de TV - quantia que acabou sendo comprometida com os R$ 63 mihões em dívidas executadas em ações de penhoras.
Segundo o recente relato de Alexandre Campello, o presidente do clube, em vídeo públicado no site oficial do Vasco, o clube conseguiu reduzir o valor devido para R$ 43 milhões, pagando R$ 24 milhões e parcelando os R$ 21 milhões restantes para pagamento nos próximos dois anos.
Ou seja: em suma, este buraco de R$ 43 milhões não previsto para a reta final de 2019 comprometeu não só o fechamento das contas, como a execução do planejamento do departamento de futebol para a temporada de 2020.
Mesmo assim, com a reforma no elenco, o clube tenta a contratação de mais três jogadores experientes para dar um pouco mais de maturidade a um elenco que será recheado de jogadores promovidos das divisões de base: um zagueiro (Dedé), um volante (Jucilei foi oferecido) e um meia (Guarín).
André Mazzuco, o diretor-executivo de futebol do Vasco, ofereceu aos representantes de Dedé salários de R$ 300 mil mensais (e não duzentos), mais bônus e premiações, para contrato de dois anos – condições semelhantes a vivida pelo zagueiro Leandro Castán.
O zagueiro de 31 anos conseguiu acordo com o Cruzeiro para a quitação da dívida de cerca de R$ 6 milhões que o clube mineiro tem com ele, mas como seus direitos econômicos são fatiados em três investidores dissidentes do Grupo Sonda a prioridade é por uma negociação que devolva o capítal empenhado.
A renovação com o colombiano Guarín, de 33, parece próxima de um desfecho positivo com o pagamento do acordo firmado em 2019 por um contrato de três meses, e o acerto com o volante Jucilei, de 31, que viria emprestado pelo São Paulo, ainda não passa de especulação.
Pelo o que tem dito em suas recentes entrevistas sobre o último de sua gestão, o presidente Alexandre Campello (que é também o vice de futebol) planeja a utilização do Estadual para a maturação do time que brigará por melhores participações nas Copas do Brasil, Sul-Americana e Campeonato Brasileiro.
Vejamos...