O veto do Consórcio Maracanã, não autorizando o Vasco a mandar o jogo contra o Sport, no dia 3 de julho, no estádio, é mais uma batalha entre os clubes quando o assunto é o “Maior do Mundo”. O Cruz-Maltino emitiu uma nota rebatendo as alegações, mas sem subir o tom contra a dupla Fla-Flu. No entanto, nos bastidores o clima nunca esteve tão ruim.
A relação entre o Consórcio Maracanã e o Vasco já estava estremecida muito antes do aumento do aluguel praticado contra o Cruz-Maltino na partida contra o Cruzeiro, no dia 12 deste mês. Em outubro do ano passado, o 1º vice-presidente geral do clube, entrevista ao Jogada10, confirmou o interesse do Vasco em administrar o Maracanã, o que causou um desconforto em Flamengo e Fluminense.
No mesmo mês, o Vasco se reuniu com o Governo do Estado para saber mais detalhes do edital, se colocando de vez na mesa de negociações. Esse movimento não foi bem aceito pela dupla Fla-Flu, que respondem pelo Consórcio Maracanã. O Flamengo é o permissionário do estádio, enquanto o Fluminense assinou como interveniente anuente, por não ter as Certidões Negativas de Débitos (CNDs). Ou seja, não é o responsável direto, mas exerce influência nas decisões.
Em abril deste ano, já em negociação com a 777 Partners para a compra da SAF do Vasco, o presidente Jorge Salgado revelou publicamente que Flamengo e Fluminense eram contrários a terem o Cruz-Maltino como parceiro na administração do Maracanã. Buscando uma solução, o dirigente procurou o governador Cláudio Castro para aparar as arestas com a dupla Fla-Flu.
“Então qual é a solução? A gente entende que o Vasco precisa jogar de 10 a 15 jogos no Maracanã. Então eu levei a proposta ao Cláudio Castro, que é a seguinte. Governador, você vai receber o Flamengo e o Fluminense, e a minha proposta é cada um ceder ao Vasco seis ou sete partidas, o que é bastante razoável. Então, nós três no Maracanã, sem briga nenhuma. Essa proposta está na mão do governador e ele ficou de apresentar ao Flamengo e ao Fluminense”, disse Salgado em abril.
Baseado nos episódios recentes, o politico não conseguiu resolver o imbróglio. O Vasco mantém a posição de fazer parte da administração do Maracanã em conjunto com Flamengo e Fluminense, mas entende que o movimento de retaliação ao Cruz-Maltino dificilmente vai terminar. Diante desse cenário, o clube não vai abrir mão do estádio e cogita participar da licitação, mesmo que sozinho.
Vale lembrar que a 777 Partners já demonstrou muito interesse no Maracanã. O grupo norte-americano está em processo final para a compra de 70% das ações da SAF do Vasco e tem capital suficiente para rivalizar com a dupla Fla-Flu. O processo de licitação ainda não tem data para acontecer, mas a estimativa é que seja esse ano.