Entre os problemas a serem resolvidos pela diretoria do Vasco para a remontagem do elenco, há um que, pela relevância, deveria já ter sido resolvido: a situação de Vegetti. O centroavante argentino, de 36 anos, artilheiro da Copa do Brasil, com sete gols em dez jogos, e doze em 35 partidas do Brasileiro, viaja hoje para Buenos Aires insatisfeito com tratamento dado à discussão sobre seu pedido de reajuste salarial. Ele tem mais um ano de contrato, mas se acha merecedor de aumento.
Pablo Vegetti recebe R$ 578 mil mensais e tem sondagens para ganhar mais do que o dobro. No Corinthians de Ramon Diaz, por exemplo, é o nome da vez para substituir Yuri Alberto, no caso de uma transferência. Outros clubes monitoram o passo-a-passo da situação de Vegetti, que tem a quarta maior remuneração do elenco vascaíno. Hoje, está atrás de Coutinho, Payet e Jair, mas recebe menos do que goleadores dos principais rivais — geralmente, entre R$ 700 mil e 1,5 milhão.
Esta discussão é relevante porque não é fácil achar jogadores com aproveitamento semelhante ao do “pirata vascaíno” em finalizações. Mas não é dos mais virtuosos. E, como não ataca o fundo, não favorece as ações dos meias para a criação de jogadas. No entanto, cansou de decidir jogos difíceis em bolas altas, tem carisma e se entende bem com as principais referências do elenco. Em 2023, fez dez gols em 21 jogos (1.795 minutos). Este ano, atou por 4.615 minutos, com 23 em 57 partidas.
Numa de suas recentes coletivas, o presidente Pedro Paulo disse achar justa a pretensão de Vegetti, mas lembrou que há um contrato em vigor. E, com inteira razão, alegou que valorizá-lo pelo grau de eficiência permitiria falar na redução de salário nos casos de jogadores em má fase. Não é uma caso tão simples, ainda mais com o assédio de clubes que irão se reforçar para disputar a Copa Libertadores e o Mundial da FIFA. Talvez, seja mais vantajoso para o Vasco proteger e valorizar o ídolo.
Independentemente do cenário de incertezas e da ausência de um treinador, o clube terminou o ano dentro das metas propostas em 2023: chegar às fases finais do Estadual e da Copa do Brasil e ficar entre os dez primeiros da Série A de 2024. O elenco tem carências, mas a manutenção das principais peças, somada à contratação de um zagueiro de qualidade e ao aproveitamento dos destaques da base já seriam um avanço para o primeiro semestre de 2025. Vejamos…