Eleito o melhor zagueiro pela direita da competição, o jogador se tornou um xodó da torcida cruzmaltina. Nos últimos jogos do time, o zagueiro era aplaudido até quando dava chutão. Mesmo com tudo isso, Dedé não quer se acomodar. E faz uma promessa para 2011: melhor ainda mais.
- Tenho que melhorar em tudo. Por isso que eu sempre treino no meu máximo. Meu ponto fraco é a perna esquerda e tenho que me dedicar mais a isso.
Em um bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM, Dedé falou sobre os melhores momentos do Brasileiro e as dificuldades do início no Vasco. Leia:
Você foi indicado para três categorias no Craque Brasileirão (melhor zagueiro, revelação e craque da galera). Alguma delas foi especial?
Todas as indicações foram como um título para mim, independente da posição em que eu fiquei em cada uma. O time todo tem que comemorar comigo. Eles me ajudaram muito. Meu objetivo no ano era chegar à Libertadores, mas, infelizmente, não deu.
Existe algum jogador em quem você se inspire ou que te dê conselhos?
Junior Baiano é um cara com quem eu sempre falo, que me dá muitas dicas. Ele é muito forte fisicamente e bom na parte aérea. Tento aprender isso com ele.
O que você acha que precisa melhorar?
Tenho que melhorar em tudo. Por isso que eu sempre treino no meu máximo. Meu ponto fraco é a perna esquerda e tenho que me dedicar mais a isso.
O que mudou no Dedé durante os últimos meses, com a disputa do Campeonato Brasileiro?
Mudou a personalidade, estou mais seguro em campo e na hora de falar. Penso um pouco mais antes de dar entrevistas. Isso vem com a experiência.
Para você é bom ter uma namorada que estuda jornalismo? Ela te passa algumas coisas que está aprendendo para poder lidar com o público?
Ajuda muito. Ela é uma pessoa que sempre vê o que eu faço e o que eu falo e me dá dicas de como me comportar para me sair melhor.
Você recebeu quatro cartões amarelos e um vermelho durante o Brasileiro. Acha que foram justos?
A maioria foi, sim. Principalmente, no jogo contra o Flamengo (assista ao lado). Fiz sem querer a falta, mas mereci o cartão. Acabei fazendo uma falta muito dura e até pedi desculpas depois. Não era minha intenção.
No meio do ano, o Vasco garantiu a permanência de Carlos Alberto e conseguiu a contratação de Felipe, Zé Roberto e Eder Luis. A chegada de jogadores mais experientes te ajudou de alguma forma?
Com a chegada desses atletas eu cresci muito. Sou mais próximo do Felipe, que sempre ajuda a orientar a marcação.
Em algum jogo esses conselhos foram essenciais para você?
Contra o Grêmio, eu estava empolgado por encarar o Jonas, o artilheiro do Brasileiro. Acabei errando e saiu um gol para eles. No intervalo, o Felipe falou comigo e eu voltei muito melhor e fiz uma boa segunda parte. Jogador mais novo tem que estar disposto a ouvir. Sempre é bom receber conselhos de pessoas que te querem bem.
Apesar do destaque neste Brasileiro, você já está no clube há um bom tempo. Como foi seu início?
Passei por momentos difíceis. Fiquei um ano e meio sem jogar, mas mesmo assim eles renovaram o meu contrato apostando em mim. Nunca vou esquecer.
Qual foi o momento mais marcante para você no Brasileiro?
O momento mais legal foi contra o Vitória, em São Januário. Eu dei um corte no Junior e a torcida começou a gritar. Teve um carrinho de costas contra o Cruzeiro também. Foi em cima do Wellington Paulista (assista no vídeo abaixo).
E qual foi o momento mais engraçado?
Foi uma entrevista que eu dei com a boca suja (risos). Eu saí do vestiário correndo para a sala de coletiva e não reparei que estava com um resto de suplemento na boca. Depois, ficou todo mundo me perguntando o que era aquilo. Até no twitter as pessoas queriam saber. Não fiquei com vergonha. São coisas que acontecem.
No início, por conta de uma entrada dura no Carlos Alberto em um treino, as pessoas começaram a dizer que você era o Dedé trapalhão. Isso te magoou?
Magoou nada. Isso só me motivou. As pessoas mais próximas que se magoaram, mas eu sabia que era passageiro, que iria conseguir provar o meu valor.
Normalmente, você aproveita férias e folgas para ir para Volta Redonda, onde nasceu. É muito assediado lá?
Não muito. A cidade é pequena e as pessoas já me conheciam. Não tem fanatismo lá não. O contato com as pessoas aumentou porque sempre querem perguntar coisas sobre o Vasco e sobre futebol. Mas nada fora disso.
Qual seu grande sonho profissional?
Ganhar uma Copa do Mundo, claro. Isso tem que passar na cabeça de todo jogador. Vou trabalhar muito para isso.