O resultado positivo do financiamento coletivo proposto pelo Vasco para a reforma do ginásio do clube mascara um gasto desnecessário. Dos R$ 185 mil requisitados na campanha e alcançados na segunda-feira, R$ 70 mil deverão ser usados para liberar o piso que já deveria estar em São Januário desde 2011.
Naquele ano, numa permuta, o Vasco expôs a marca da Recoma no uniforme em duas partidas - contra o Náutico, pela Copa do Brasil, e contra o Olaria, pela Taça Rio. Em contrapartida, a empresa paulista faria a instalação de um novo piso no ginásio principal do clube.
O problema é que o Vasco não solicitou a execução do serviço. Atualmente, a empresa cobra R$ 70 mil da diretoria pela estocagem do material. José Joaquim Cardoso Lima, vice-presidente de patrimônio, destacou que o clube tenta uma redução.
- Essa questão já está sendo conversada pelo Vasco. Tudo será resolvido e, com o piso, em dois meses tudo será concluído - garantiu.
Vice-presidente de engenharia da gestão Roberto Dinamite, Manoel Santos revela que no ano passado, antes da eleição para presidente do clube, já tentara fazer a instalação do piso no ginásio, mas que, ao entrar em contato com a empresa, foi surpreendido pela cobrança. Com o Vasco em grave crise financeira, abortou-se o plano.
- O que me passaram é que eu apenas precisaria solicitar o piso com três meses de antecedência. Não instalamos antes o piso porque o ginásio inteiro estava ruim. Deixamos o piso por último. Se soubesse da taxa, tinha retirado o material e guardado no clube. Fizemos a pintura toda do ginásio, reformamos completamente o chão. Só faltou o piso - lamentou.
Procurado pela reportagem, Frederico Lopes, vice-presidente de patrimônio na época em que o acordo com a Recoma foi feito, disse que o Vasco pode, caso queira, entrar na Justiça para não ter de pagar o valor cobrado:
- Eu deixei o piso pago.
A pintura do estádio, citada por Manoel Santos como já concluída, foi incluída pelo Vasco na campanha do financiamento como uma das benfeitorias a serem feitas com o dinheiro arrecadado. O site permanecerá aberto para o recebimento de novas doações até o dia 24 de abril. O presidente Eurico Miranda garantiu que o valor excedente também será usado para a realização de obras no patrimônio do clube.
- A campanha de financiamento coletivo tem por obrigação contratual que ficar no ar por 60 dias. Assim, todos os recursos arrecadados a mais também serão aplicados no patrimônio do Vasco, com ainda mais obras no ginásio e em seu entorno - afirmou no site oficial do clube.