Se em campo o futebol carioca perdeu feio para o paulista em 2015, nas finanças aconteceu um verdadeiro massacre a favor dos times do Rio.
Enquanto os quatro grandes de São Paulo tiveram um prejuízo somado de R$ 237 milhões (o Palmeiras foi o único que ficou no azul, com lucro de R$ 10,6 milhões), os grandes cariocas acumularam um fantástico lucro de R$ 391 milhões.
É verdade que mais da metade do lucro carioca aconteceu graças ao Profut, o programa do governo federal que permitiu o abatimento de dívidas dos clubes, e esse desconto, legalmente, entra como receita nos balanços das equipes.
Foi assim que Botafogo e Vasco tiveram lucros excepcionais: R$ 108,8 milhões no caso do primeiro e R$ 119,8 milhões no vascaíno.
Mas não é só pela ajuda fiscal que o futebol carioca ficou todo no azul em 2015. O próprio Vasco, mesmo sem contar os incentivos do Profut, teve lucro (R$ 11,9 milhões).
Para conseguir um robusto lucro de R$ 31,8 milhões, o Fluminense teve um forte aumento nas suas receitas. O clube passou de um faturamento de R$ 113 milhões em 2014 para R$ 170 milhões no ano passado. Para isso, praticamente triplicou a arrecadação com a venda de ingressos e ainda contou com R$ 36,5 milhões com venda de jogadores.
Na Série B no ano passado, o que dificultou o aumento de receitas, o Botafogo cortou pesado as despesas. Em 2015, o clube, segundo seu balanço, gastou R$ 76 milhões com seu futebol (amador e profissional). No ano anterior, o gasto foi de R$ 121 milhões.
O principal motivo para o Vasco ficar no azul foi o forte crescimento nas receitas, especialmente a verba com direitos de TV e patrocínios. No primeiro caso, as receitas do clube de São Januário passaram de R$ 73 milhões para R$ 104 milhões. Já as de patrocínio passaram de R$ 22 milhões para R$ 36 milhões.
No caso do Flamengo, o espetacular lucro de R$ 130 milhões (em 2014 o clube já havia ficado no azul) não fez o clube começar a gastar mais. As despesas do clube, na verdade, caíram. Em 2014, a agremiação teve despesas operacionais de R$ 102 milhões, valor que caiu para R$ 97 milhões no ano passado. Assim, a dívida continua diminuindo em ritmo forte.