Vem desde a péssima atuação contra o Botafogo e a perda da Taça Guanabara o processo de fritura do técnico Gaúcho no Vasco. A derrota para o Volta Redonda, domingo passado, acelerou os fatos e hoje, às 22h, contra o Nova Iguaçu, no Raulino de Oliveira, o treinador poderá comandar o time pela última vez em caso de novo tropeço.
O diretor de futebol René Simões e o diretor geral Cristiano Koehler estão cuidando do assunto. Porém, o teto salarial estipulado pela diretoria para o cargo de técnico, R$ 200 mil mensais, restringe sensivelmente o leque de opções da cúpula em caso de troca.
Ambos, desde segunda-feira, têm participado de até quatro reuniões diárias para avaliarem a situação do departamento de futebol, além da velha questão do atraso no pagamento dos salários, que exatamente hoje completa dois meses.
Pesa contra Gaúcho o fato de o então auxiliar técnico, em novembro passado, ter sido efetivado no cargo de treinador sem o aval dos diretores. Os dois desembarcaram em São Januário depois que o presidente Roberto Dinamite já havia decidido prestigiar o amigo. Foi o ex-diretor Daniel Freitas que costurou a aliança entre Gaúcho e Ricardo Gomes no comando do time profissional.
O treinador tem mostrado tranquilidade diante da possibilidade de deixar o cargo. No vestiário, tem destacado que a situação não chega a surpreendê-lo. Inicialmente, ele poderia ser deslocado para ser novamente auxiliar, mas Gaúcho já disse a amigos que não pretende seguir em São Januário na função, optando por tentar algo fora do clube.
- O Vasco vive um momento de transformação muito grande. Encontrar culpados é simples. Não tenho medo disso. Temos de ver o que podemos fazer para ajudar o Vasco. É o seguinte: amanhã (hoje), se vencermos, quinta-feira (amanhã) estará todo mundo sorrindo - disse o treinador.