O Vasco vive dias de incertezas. Com a liminar que anulou as eleições, o clube segue sem perspectiva de conseguir a liberação do empréstimo de R$ 31 milhões. O dinheiro vai servir para honrar os compromissos até o final do ano. Neste momento, apenas quem ganha abaixo de R$ 4 mil recebeu o salário de agosto. De acordo com o presidente Alexandre Campello, derrubando a liminar, o banco aceita liberar o empréstimo.
“Está tudo certo com o banco. Só que com essa decisão não dá, apenas se for cassada. O empréstimo está inviabilizado porque o banco não fecha o contrato com essa liminar. Sem empréstimo o clube fica asfixiado”, disse Campello que completou. “Sem empréstimo, não há previsão para pagar os salários”.
A fala do presidente Campello deixa claro que o Vasco ataca em uma única frente que é derrubar a liminar que anulou as eleições. Não existe um plano B, apenas a expectativa de ter êxito na Justiça. O Esporte 24 Horas teve acesso ao recurso movido pelo clube, no qual mostra que não é só a liberação do empréstimo que está em jogo.
Acordos judiciais
O Vasco argumentou em seu recurso que não vai conseguir dar prosseguimento aos inúmeros acordos judiciais.
“Conforme já dito na petição em que se requereu o contraditório antes da apreciação do pedido liminar, o clube não conseguirá arcar com os cerca de 80 (oitenta) acordos judiciais e extrajudiciais já realizados com credores e que foram renegociados. Razão pelo qual restabeleceria a execução de mais de R$200.000.000,00 (duzentos milhões de reais). Isso somente na esfera cível, fora os parcelamentos tributários realizados e os acordos trabalhistas e esportivos que visam todos à equação do passivo financeiro existente, jogando por terra todo o trabalho realizado pelas empresas de consultoria financeira, contratadas pelo Agravante, entre elas a KPMG, a BDO e à Grand Thorton”.
Debandada de jogadores
Sem perspectiva de pagamento de salários, o Vasco teme perder seus jogadores, que poderão se desligar do clube a partir de novembro.
“E mais! A não obtenção deste empréstimo fará com que o clube deixe de honrar os seus compromissos perante credores, fornecedores, prestadores de serviços, atletas e funcionários, fazendo com que num prazo de pouco menos de dois meses, todos os atletas do elenco profissional possam deixar o clube através da justiça do trabalho, por conta de salários atrasados, o que decretará não só o rebaixamento do time para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, como também fazer com que o clube perca seu maior ativo, por conta do disposto na Lei Pelé, que são os seus jogadores”.
Prejuízo financeiro com o rebaixamento
Ao perder os jogadores, o Vasco estaria correndo um sério risco de ser rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. Com isso, o clube receberia menos de R$ 10 milhões em cotas de TV.
“A possibilidade de rebaixamento do clube por conta do desmanche do elenco, faria com que as receitas de televisão passassem de cerca de R$60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) para apenas R$6.000.000,00 (seis milhões de reais)”.