Foi suada, com um toque de sorte, mas premiou o time que mais se arriscou e controlou o jogo. O Vasco reagiu e venceu o América-MG por 3 a 2, sábado, no Independência, e viveu uma tarde recheada de fatos interessantes - e outros, nem tanto. A dupla de zaga, cada vez mais contestada por causa dos gols sofridos recentemente, escapou de ser vilã para sair com brilho, já que Rodrigo e Douglas Silva marcaram gols e deixaram as falhas para trás. O goleiro Diogo Silva, aliás, entrou nessa conta ao contribuir para o segundo gol ao vacilar em mais uma disputa de bola fora da área - um de seus fundamentos mais irregulares.
Thalles foi muito bem, voltou a marcar e apareceu em várias partes do ataque. Para seu rendimento foi importante a agressividade da equipe orientada pelo interino Jorge Luiz, que buscou o triunfo a todo momento e também a nova postura de Pedro Ken.
Confira abaixo um resumo do Vasco em Belo Horizonte:
DE VILÕES A HERÓIS
O começo da partida foi péssimo para o Vasco. O gol sofrido em lançamento pelo alto enganou Rodrigo e Douglas Silva. Ainda no primeiro tempo, os mesmos dois jogadores correram atrás de Obina - sem sucesso. Some a isso a sequência de sete gols de Avaí e ABC na última semana e, outra situação, teríamos a receita para mais um desastre. Mas ambos deram a volta por cima no ataque, ao marcarem dois dos três gols e realizarem um segundo tempo quase impecável. Douglas fez desarmes importantes, e Rodrigo, ao ver a bola morrer na rede em sua cobrança de falta, desatinou a gritar palavrões. Douglas até tampou sua boca para evitar algum exagero. Além do abalo pela fase e as dificuldades no clube, o camisa 3 revelou que passou mal à noite e quase virou desfalque.
THALLES ONIPRESENTE
Sem Kleber, suspenso, Thalles chamou a responsabilidade no ataque e participou muito nos 90 minutos. Além do gol ao estilo centroavante rompedor, deu combate, criou jogadas e tabelou frequentemente. Em uma delas, deu passe magistral para Pedro Ken desperdiçar a chance cara a cara. Aos 19 anos, errou também, é claro, mas ofereceu novamente esperanças à torcida de que poderá ser um trunfo para o acesso.
OFENSIVO: MODE ON
Uma das razões para que Thalles não ficassem isolado e estivesse em tarde inspirada foi a atitude da equipe. Com Maxi, Douglas e Pedro Ken chegando verticalmente - além dos laterais e em alguns momentos Aranda e os zagueiros -, o Vasco surpreendeu o adversário e não o deixou jogar no segundo tempo. Houve momentos em que, com o placar 2 a 2 em Belo Horizonte, os cariocas estavam sendo eliminados da competição, tamanha o domínio territorial e a pressão. O interino Jorge Luiz, que volta a ser auxiliar neste domingo, ganhou moral pela coragem e comemorou, na entrevista, que "o coletivo funcionou", e isso foi determinante para os três pontos. Resta saber se Joel Santava vai manter esse ritmo a partir de terça-feira, contra o Luverdense...
KEN SOLTO, SOLTO
Em recuperação de uma lesão por dois meses, Pedro Ken retornou à equipe neste sábado. E com muita movimentação e transpiração, foi um dos melhores do time. Mais livre e menos volante, como vinha sendo, apareceu como homem surpresa frequentemente e chegou a reclamar pênalti numa jogada em tentou driblar o goleiro. Em outros dois lances, saiu cara a cara e perdeu a oportunidade. Pode ser uma boa sacada para as próximas partidas com Joel.
UM NEUER TRAPALHÃO
Diogo Silva já se declarou fã do goleiro Manuel Neuer, campeão do mundo pela Alemanha. E claramente tentar copiar alguns de seus passos, como o de sair do gol para atuar como um líbero em certos momentos, cortando lançamentos. Mas o vascaíno tem feito mais lambanças nesse tipo de jogada. Falhou no gol do América-MG ao calcular errado a distância e ser driblado por Obina. Em outras ocasiões colocou a mão na bola fora da área para evitar a progressão do atacante e levou amarelo. Abre o olho, Diogo...