Pendente de autorização de governos municipal e estadual, em meio à escalada de casos e óbitos no Brasil e no Rio, a Ferj discutiu nos últimos dias plano de ações para retomada de jogos. Ele inclui a utilização de apenas três estádios para a realização das últimas duas rodadas da Taça Rio. São eles: Maracanã, Nilton Santos e São Januário.
Os três estádios passariam por vistorias preliminares para sanitização e higienização completa para as partidas - sem público, evidentemente - e se adequariam às necessidades de estrutura, tanto para as equipes quanto para transmissão de jogos. As duas rodadas que faltam para finalizar a Taça Rio comportam 12 jogos. As finais, prioritariamente, seriam realizadas no Maracanã.
Para reduzir ao máximo o quadro móvel nas partidas - as contas dependem de qual estádio recebe o jogo, o que quer dizer que o Maracanã teria provavelmente mais gente do que em São Januário -, a Ferj avalia o uso de profissionais de clubes como gandulas e maqueiros. Por exemplo, massagistas, preparadores físicos e fisioterapeutas que não vão trabalhar numa partida de seus respectivos times, mas auxiliariam em outro jogo da rodada. Todos de luvas, máscaras e munidos de álcool gel.
Se no clássico Vasco e Fluminense, sem público antes da paralisação, trabalharam cerca de 300 pessoas, a intenção é reduzir ao máximo. Algo em torno de 100 pessoas apenas. Evidentemente, todos envolvidos teriam que estar fora do grupo de risco da Covid-19. Ou seja, sem participação de profissionais acima dos 60 anos de idade.
A Ferj comprou 700 kits de testes - chegaram no início da semana - para coronavírus, mas ainda vai contratar especialistas para a aplicação nos clubes pequenos. Os quatro grandes teriam que adquirir os equipamentos por conta própria - o Flamengo já fez a primeira bateria de exames e revelou os resultados na noite dessa quarta-feira. Uma cabine de desinfecção também está nos planos de clubes e da Ferj para diminuir o risco de contágio neste período.
Em reunião nesta semana, os clubes pequenos e a Ferj iniciaram novo apelo para convencer as autoridades da possibilidade de retomarem os treinos com segurança para todos os envolvidos. Eles vão enviar carta para os governantes, que devem avaliar os argumentos e as iniciativas tomadas. Apesar dos esforços, o aumento de casos no estado e na cidade é empecilho.
Há decreto de isolamento social em vigor até o próximo dia 11 (segunda), em todo o estado, e dia 15, na cidade do Rio de Janeiro. As medidas serão reavaliadas e devem ser endurecidas, com possibilidade até mesmo de bloqueio total (lockdown), com restrições mais severas de atividades.