O número total que cada clube deve para os cofres da União é quase um mistério. Isso porque com tantas ações na Justiça, contestações e cobranças, os órgãos públicos não conseguem fechar o montante exato. O Ministério do Esporte usa o valor de cerca de R$ 4 bilhões de débitos, considerando todos os times do Brasil. Entre os que estão inscritos na dívida ativa da União, o Atlético-MG é o maior devedor do país, superando os paulistas e os cariocas.
A reportagem teve acesso à lista da PGNF, das grandes equipes do sul e sudeste. Segundo o levantamento, o Flamengo é o segundo maior devedor, com R$ 253 milhões de dívidas, e o Botafogo vem logo em terceiro, com R$ 199 milhões a pagar. São Paulo é o que menos deve. Veja abaixo.
1) Atlético-MG: R$ 272 milhões
2) Flamengo: R$ 253 milhões
3) Botafogo: R$ 199 milhões
4) Corinthians: R$ 172 milhões
5) Fluminense: R$ 162 milhões
6) Vasco: R$ 153 milhões
7) Santos: R$ 65 milhões
8) Palmeiras: R$ 46 milhões
9) Grêmio: R$ 40 milhões
10) Cruzeiro: R$ 14 milhões
11) Internacional: R$ 8 milhões
12) São Paulo: R$ 7,8 milhões
Neste ranking, no entanto, não estão incluídas as dívidas com Imposto de Renda, cujos valores não podem ser divulgados. A lista acima refere-se às dívidas com INSS, FGTS, entre outras taxas federais.
"Os clubes devem muito e, mesmo assim, não sentavam para tentar um acordo. Demoramos até que conseguimos pegar dois pontos que fazem com que eles tenham de vir renegociar, que é a renda da venda dos jogadores e as cotas de televisão. Passamos a bloquear este dinheiro o que chamou a atenção dos clubes", afirmou a diretora do Departamento de Gestão da Dívida Ativa da União/PGFN, Anelize Lenzi Ruas de Almeida, ao ESPN.com.br.
"Mesmo após a renegociação, o dinheiro que já está bloqueado não volta para os cofres do clube. Ele fica retido em juízo, para o caso de o clube não honrar com o acordo. A venda do Wellington Nem é um exemplo disso. Está todo com a Justiça", completou.
Lei de Responsabilidade
A Lei de Responsabilidade Fiscal, que refinancia as dívidas dos clubes, deve ser aprovada em outubro, depois das eleições, pelo menos segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves. Depois de lá, a medida vai para o Senado e em seguida vai para a presidente Dilma Rousseff, quem deve sancionar no final.
Com o novo plano de parcelamento, os clubes devem ganhar um respiro, especialmente aqueles que estão com bens penhorados, como cotas de televisão e recursos de transferência de jogadores bloqueados.
A lei, desta vez, deve ser aprovada acompanhada de punições desportivas, para caso as regras não sejam cumpridas. De acordo com o projeto, os times devem mostrar suas Certidões Negativas de Débitos a cada início de campeonato. Os que não estiverem com os pagamentos em dia, serão rebaixados.