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Veja todos os detalhes do acordo entre Vasco e Umbro

Após apresentar novos uniformes em cerimônia na Sede Náutica da Lagoa na noite da última quinta-feira, o Vasco volta a vestir Umbro, marca da qual foi parceira entre 2003 e 2005, por pelo menos três anos e meio. Esta é a duração do contrato que está avaliado em R$ 56 milhões. Nem todo este valor efetivamente entra em caixa, porque há estimativa de valor dos materiais esportivos que o clube vai receber e premiações por conquistas que podem não acontecer. Para que fique claro quanto dinheiro o Vasco vai receber na melhor hipótese e também na pior, é preciso entender detalhes do contrato.

Em dinheiro, entre patrocínio e mínimo garantido de royalties, são R$ 28 milhões, portanto R$ 8 milhões anuais por este período de três anos e meio. O patrocínio não muda, mas royalties podem aumentar conforme as vendas nas lojas. O Vasco conseguiu um percentual de 15%, acima do que pratica o mercado, em torno de 10% – a própria Penalty repassava 10%. Significa que o valor em dinheiro pode aumentar em caso de faturamento expressivo da Umbro com produtos vascaínos.

Em materiais esportivos, a Umbro vai repassar ao Vasco 45 mil peças por ano, entre camisas, calções, meiões e todo tipo de produto usado pelo futebol. O valor estimado desses materiais é de R$ 15,75 milhões, ou R$ 4,5 milhões anuais, mas tenha em mente que este número é calculado só para medir a grandeza dos materiais esportivos no contrato. Dinheiro, de fato, só entra no caixa caso o clube não use todas as 45 mil peças e decida vender parte delas. Esta possibilidade está prevista no acordo.

Em premiação, há R$ 11,9 milhões caso o Vasco ganhe títulos, portanto R$ 3,4 milhões anuais.

A soma desses três itens dá R$ 56 milhões por três anos e meio. Este é o cálculo.

Ainda há outros números que completam o contrato. Há um amistoso com outro time brasileiro que seja parceiro da Umbro, a ser disputado em “estádio de Copa do Mundo” no Norte ou no Nordeste, cujos custos de logística e hotel de até R$ 50 mil serão pegos pela fabricante de materiais esportivos. A receita líquida será totalmente repassada ao Vasco. Depende de adversário, data, preço de ingresso, mas o potencial de receita chega a R$ 1 milhão.

A volta da Umbro também acaba com uma dívida do clube com o Grupo Dass, dono da marca, que hoje somava R$ 3,5 milhões. É dinheiro que sairia do caixa de qualquer maneira. Outra possibilidade é usar recursos da Umbro em projetos apoiados via Lei de Incentivo ao Esporte.

Quais são as expectativas de vendas
O principal fator a influenciar vendas é o futebol. Tudo depende de o time conseguir, enfim, a liderança da Série B e assegurar a promoção para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro do ano que vem. Se isso acontecer, a demanda tende a aumentar significativamente.

Depois, está sob a responsabilidade do Grupo Dass, gestor da Umbro no Brasil, fabricar e distribuir materiais esportivos vascaínos em número suficiente. Uma vez que a companhia tem 13 fábricas no país, uma delas somente para desenvolvimento tecnológico, presença em todos os estados e cerca de 10 mil funcionários, o Vasco supõe haver as condições necessárias.

Nesta sexta-feira, um dia após apresentar os novos uniformes vascaínos, a Umbro conseguiu vender mais de 80 mil peças para lojistas, que por sua vez as colocarão à venda em 222 pontos de venda. A agilidade e a capilaridade obtidas são motivos de ânimo para o clube carioca.

O contrato é bom ou ruim?
Ao tirar conclusões sobre o contrato do Vasco com a Umbro, é preciso levar em conta o contexto no qual o clube esteve inserido. Nos últimos anos, Nike e Adidas aumentaram os valores praticados no futebol brasileiro por causa dos acordos que assinaram graças a verbas vindas do exterior, mas a realidade é que, principalmente depois da Copa, o mercado retraiu.

O Vasco era muito pressionado pela torcida para substituir a Penalty, que queria ficar, mas não estava disposta a colocar muito mais dinheiro. A fornecedora fez duas propostas até 30 de junho, prazo que o clube lhe deu para colocar as cartas na mesa. A primeira apenas corrigia o valor que já pagava pelo IPCA e foi rejeitada. A segunda era superior à primeira, mas ficou aquém do que ofereceu o Grupo Dass, cuja oferta formal chegou à diretoria vascaína em 2 de julho.

A Penalty queria pagar R$ 2,5 milhões por ano a menos que a Umbro entre patrocínio e mínimo garantido de royalties, fixados em 10%. Queria também entregar 33 mil materiais esportivos por ano. Era inferior em todos os itens e ainda contava com a rejeição da torcida.

Também fizeram propostas formais Kappa e Puma, ambas abaixo de Penalty e Umbro. O Vasco conversou informalmente com Nike, Adidas, Olympikus, Reebok, Joma, Under Armour, Topper, Warrior e Macron, mas nenhuma evoluiu. A Nike chegou a pedir um prazo até o meio de 2015 para propor algo, mas não deu nenhuma garantia de que isso aconteceria, nem falou em valores.

Conta contra o Vasco também a situação financeira do clube. Há salários de atletas atrasados e impostos não recolhidos – o time ainda não tem CNDs para renovar com a Caixa e receber a quarta e última parcela de R$ 3,75 milhões do patrocínio cujo contrato terminou em 31 de agosto, por exemplo. Negociar com a corda no pescoço não é nada favorável.

Fonte: Blog Dinheiro em Jogo - ge
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