Nas redes sociais, o ex-governador do Rio e filho de Sergio Cabral confirmou a morte do pai e lamentou o ocorrido. "Meu pai acabou de falecer no hospital, resistiu três meses e peço a vocês que orem por ele, pela alma dele. Tudo que ele fez no Rio de Janeiro, no Brasil, na música, pelo futebol, o que ele fez com a família linda que ele construiu, nos ensinou a ser vascaínos, amar a música, rejeitar o preconceito e amar o Rio. Então, divido com vocês essa dor da perda de meu pai", disse.
"Eu queria dar para vocês essa notícia tão dura, compartilhar, dividir com vocês que me acompanham e pedir que orem por ele. Grande Sergio Cabral, um cara assim, não é porque é meu pai, mas é uma figura que o Rio deve muito a ele. Uma figura múltipla. Eu te amo, pai. Você nunca vai sair do meu coração", finalizou.
Carioca de Cascadura, vascaíno e grande entusiasta do samba, criou, entre outras obras, o musical "Sassaricando - E o Rio inventou a marchinha", junto com a historiadora Rosa Maria Araújo. Como jornalista, foi um dos fundadores de "O Pasquim" e chegou a ser preso na ditadura devido à sua atuação no jornal.
Como escritor, publicou as biografias de Tom Jobim, Pixinguinha, Nara Leão, Grande Otelo, Ataulfo Alves e Elizeth Cardoso.
Também já teve atuação política na capital fluminense. Por três vezes, foi vereador do Rio – de 1983 a 1993. Foi ainda conselheiro do Tribunal de Contas do Município, até 2007, quando se aposentou.
Órfão de pai desde os quatro anos, começou sua carreira em 1957 como repórter policial do Diário da Noite, jornal vespertino dos Diários Associados. Em 1969, já como editor político do Última Hora, juntou-se a Jaguar e Tarso de Castro para a criação de O Pasquim. Durante a Ditadura, foi temporariamente preso por seu ativismo neste jornal.
Trabalhou como produtor musical entre 1973 e 1981. Como compositor, foi parceiro de Rildo Hora, escrevendo as letras de "Janelas Azuis", "Visgo de Jaca", "Velha-Guarda da Portela" e "Os Meninos da Mangueira", entre outras.
Carioca legítimo teve uma grande ligação com as escolas de samba a partir do início da década de 60 quando começou a cobrir para os meios de comunicação que trabalhava o desfile no centro da cidade. Na TV Globo, integrou o júri especializado, que dava notas para a apresentação das escolas de samba, desde a década de 70.
Com muita rigidez e conhecimento era considerado o jurado mais severo, guardando a nota máxima apenas para uma apresentação antológica. Julgou no início mestre sala e porta bandeira e comissão de frente e depois samba-enredo. Trabalhou como comentarista de carnaval também na TVE, em 1980, e na TV Manchete, em 1984, 1987, 1989 e 1990.