Em uma semana, a diretoria do Vasco foi de um extremo a outro no tratamento à torcida que foi apoiar o time em São Januário.
Se na véspera do primeiro jogo foi liberada uma festa em clima de oba-oba, com presença de DJ e foguetório, ontem cerca de 30 torcedores foram expulsos de forma truculenta por seguranças do clube.
O grupo era formado por jovens que, pelo Orkut, combinaram de assistir ao último treino e apoiar os jogadores na véspera da final e chegaram à arquibancada pouco antes de a atividade começar. Entoavam o tradicional grito de \"O Vasco é o time da virada\" quando foram abordados por seguranças, que pediram para deixarem o clube, alegando que o treino estava vetado a torcedores não sócios.
Durante dez minutos, os torcedores argumentaram com os seguranças que só queriam apoiar o time. Quando lhes foi dito que era ordem da diretoria que saíssem do clube, passaram a gritar o nome de Roberto Dinamite, desafeto do presidente Eurico Miranda. Foi então que os seguranças perderam a paciência. Aos gritos de \"Agora chega, acabou\" foram empurrando os torcedores arquibancada abaixo. Teve um, inclusive, que levou forte tapa no pescoço. Já do lado de fora do Estádio de São Januário, em frente ao portão principal, os torcedores continuaram cantando músicas de apoio ao time.
O técnico Renato Gaúcho, que na semana passada ficou contrariado com o oba-oba em São Januário, agradeceu o apoio, mas disse que quer manter a equipe concentrada.
- A festa da torcida é normal. O problema é que ela vem ao treino apoiar, aí no dia seguinte a imprensa diz que houve oba-oba. Então é melhor deixar o apoio para o jogo.
Quero ver nossa torcida dividindo o Maracanã com eles - disse Renato.