O estádio João Havelange pode mudar de nome em breve. O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, um dos favoritos ao cargo máximo da entidade, disse, nesta quinta-feira, que as instalações das Olimpíadas Rio 2016 devem respeitar políticas éticas da entidade. O nome do estádio é uma homenagem a João Havelange, ex-presidente de honra da Fifa que, no dia 18 do mês passado, renunciou ao cargo por conta de um suposto caso de suborno envolvendo a ISL, antiga parceira de marketing da entidade futebolística.
- Até agora, não há nenhum estádio olímpico no Brasil. Em 2016, haverá um. Estou certo de que o comitê organizador vai respeitar todas as exigências éticas estabelecidas pelo COI - disse Bach à agência AP, sem fazer referência direto a Havelange.
Bach, que pode virar presidente do COI nas eleições marcadas para setembro, em Buenos Aires, enfatizou que a entidade pretende combater de todas as formas qualquer tipo de manipulação que possa manchar o espírito olímpico:
- O COI está em condições de construir uma tolerância zero contra doping, corrupção e qualquer tipo de manipulação. Eu ficaria bem feliz se continuássemos com a tolerância zero, para o bem e a credibilidade das Olimpíadas, do COI e dos esportes em geral
Interditado por problemas estruturais na cobertura desde o dia 26 de março, o Engenhão foi construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007 ao custo de R$ 380 milhões. Ele será utilizado em provas de atletismo em 2016.
Nesta quarta-feira, os vereadores do PSOL, Eliomar Coelho, Paulo Pinheiro e Renato Cinco entraram com um projeto de lei que propõe a mudança, já solicitada pelo Botafogo à Prefeitura do Rio.
- O nome João Havelange hoje remete a investigações de fraude e escândalos na Fifa, não faz sentido uma cidade que vai receber Copa e Olimpíada ter o nome do seu Estádio com essa referência. João Saldanha talvez seja uma das maiores expressões da cultura do futebol carioca. Faz bem para a história e a memória do futebol, que o Engenhão se chame João Saldanha - disse Renato Cinco.
O trio de parlamentares destaca que João Saldanha, jornalista esportivo falecido em 1990, é uma das maiores representações de ética, honra, paixão pelo futebol e pelo povo dentro do Brasil. Estes ainda acreditam que a alteração seria uma mudança muito benéfica para a cidade, utilizando o nome de alguém com \"reputação inabalável\".