Ontem, com o aniversário da conquista da Copa do Brasil em 2011, comecei a refletir sobre as diversas conquistas do Vasco da Gama, principalmente no período no qual eu jogava em São Januário (92/98). E me veio à memória o Campeonato Brasileiro de 1997. Um campeonato no qual podemos dizer que foi o campeonato do Edmundo. O cara só não fez chover.
Apesar de eu ter participado de apenas 1 jogo, pois rompi os ligamentos do joelho na reta final do Carioca 97 e praticamente fiquei todo o Brasileiro de fora, me lembro de toda a caminhada do nosso Vasco naquela época. Tínhamos um time que deu certo e que, ao longo do campeonato, se fortaleceu mais ainda com as vitórias.
No gol, tínhamos meu amigo Carlos Germano, que, para mim, foi o melhor do campeonato. Fechou o gol. Válber e Felipe nas laterais eram sinônimo de ofensividade, principalmente com o segundo, muito habilidoso. Na zaga, um monstro chamado Mauro Galvão, com toda a sua experiência, ao lado de Odvan, que tinha acabado de chegar do Americano. Luizinho e Nasa eram os homens de marcação. E que marcação. Juninho e Ramon, os homens da criação e ambos foram fundamentais nesta conquista. Tínhamos ainda o Pedrinho. E na frente, Edmundo e Evair. Evair foi o ponto de equilíbrio, aquele que deu suporte para o Edmundo. O parceiro que deu certo. E o Edmundo, como eu escrevi acima, só não fez chover.
Começamos perdendo na estreia, mas o time era experiente e, com o decorrer dos jogos, foi se acertando. A cada jogo percebia que éramos fortes candidatos ao título. Nosso treinador, Antonio Lopes, cobrava muito. Era exigente nos treinamentos. Buscávamos sempre a perfeição.
Mesmo não tendo condições de jogar, estive praticamente em todos os jogos em São Januário acompanhando o grupo e sempre via uma equipe focada na vitória. Focada na conquista do Tri.
Edmundo estava impossível. Fez gol de tudo que foi jeito. Tudo dava certo e a bola entrava. Lembro-me de um jogo em São Januário que acho que todo vascaíno se lembra. Vitória sobre o União São João de Araras. Vasco 6 x 0. Seis gols do Animal. Recorde em uma partida que, se não me engano, dura até hoje. Ele desequilibrou.
Me recuperei da cirurgia e consegui ser relacionado para um jogo, fiquei no banco de Vasco x Juventude, no Maracanã, já na reta final do Brasileiro e brinco até hoje que fui relacionado para este jogo apenas para ganhar a faixa de campeão.
Foi gratificante estar envolvido e participando de toda a campanha, mesmo que de fora e sem jogar. Ver um grupo tão forte e tão focado na conquista. Os dois jogos contra o Palmeiras mostraram isso. O grupo era experiente e sabia exatamente o que fazer. Tinha o regulamento na cabeça e sabia que dois empates eram nossos. E foi o que aconteceu.
Título em São Januário. Edmundo, artilheiro do Brasileirão e craque do campeonato. Festa no Rio e em todas as partes do Brasil e do Mundo. A Nação Vascaína fez a festa com o Tri e nós, jogadores, também.
Saudações Vascaínas!
Tinho
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