Quando entrou em campo, pelas mãos de Nenê, seu escolhido, usando a camisa 11, de Jorge Henrique, Heitor, mascote de 11 anos, atravessou o túnel do tempo. Jovem demais, o garoto, nascido após os tempos de glória do pai, viu-o enfim ganhar seu primeiro título desde que as chuteiras foram penduradas. Por isso, Zinho estava tão exultante, sem desgrudar do seu caçula, no apagar das luzes do Maracanã.
- Heitor era um bebê quando fui campeão em 2004 (pelo Flamengo) - lembrou o auxiliar-técnico de Jorginho. - Minhas duas filhas, de 18 e 21 anos, acompanharam melhor a minha carreira. Mas são meninas, e o envolvimento é diferente.
Naquele Maracanã de festa cruz-maltina, Heitor finalmente sentiu-se orgulhoso de sua camisa, sem o risco da saia justa imposta por torcedores do Flamengo no dia a dia.
- Quando o Heitor sai na rua, os rubro-negros dizem: "Teu pai está no Vasco, mas vai voltar para o Flamengo". E ele responde: "Sou Zinho Futebol Clube" - contou o ex-jogador, que mantém forte identificação com a história do Flamengo, embora tenha passado também por Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro.
A página rubro-negra está virada e guardada nas melhores lembranças. Já a parceria com Jorginho ganhou raiz no Vasco para o futuro.
- É a dupla Jorzinho - ironizou o auxiliar, mesclando os nomes campeões.
O título estadual foi digerido na segunda-feira, como aperitivo, por Zinho e mais sete familiares num restaurante na Barra da Tijuca. O prato principal ainda está por vir:
- Agora, a prioridade é colocar o Vasco na Série A de novo. É uma obrigação. Mas queremos mostrar, na Copa do Brasil, que merecíamos estar na Primeira Divisão - destacou Zinho.