Após concluir a compra da SAF do Vasco em momento de tranquilidade na Série B, a 777 Partners viu o time cair de rendimento nas últimas semanas e se complicar a poucas rodadas do fim da competição. A vitória sobre o Operário por 3 a 2, na última terça, acalma os ânimos no clube por ora, mas o clima ainda é de apreensão. O sucesso do projeto americano depende muito do acesso.
Por isso o grupo concentra esforços para oferecer uma estrutura digna para o futebol trabalhar na reta final da Série B. O primeiro reforço são os salários em dia, que nos últimos anos prejudicaram o Vasco. Mais que isso, a 777 tem mandado ao Rio de Janeiro profissionais da empresa a nível internacional para compor a força-tarefa em prol do retorno à Série A.
O Vasco SAF é uma empresa ainda muito recente, criada há pouco mais de um mês, e em fase de definição dos processos. Tudo isso em meio a um momento conturbado do time na Série B. Ainda sem mudanças drásticas no dia a dia, o grupo americano tenta disponibilizar os recursos necessários para o trabalho do treinador Jorginho.
- Os garotos não poderiam ficar com salários atrasados, então isso é fundamental. A gente recebe um material excepcional da análise de desempenho, tudo mastigado, tudo dentro das possibilidades que a gente sabia que iria acontecer. A gente ainda está dentro de um espaço um pouco retraído (CT Moacyr Barbosa), mas é um processo que com certeza ano que vem será resolvido. É muito importante que a gente tenha essa estrutura - afirmou o técnico.
Nas últimas semanas, Sebastian Arenz, head scout do Genoa, clube que também pertence à 777, reforçou o departamento de análise de mercado do Vasco para um período de intercâmbio. O clube também recebeu a visita de Johannes Spors, diretor-esportivo da empresa americana.
O departamento analisa constantemente possíveis reforços para o clube, mas decisões sobre o ano que vem estão paralisadas. Os novos diretores contratados pela SAF trabalham em conjunto com profissionais que já vivenciavam o dia a dia do Vasco. Ainda estão conhecendo os caminhos.
Uma das possibilidades oferecidas pela 777, por exemplo, é fretar voos para os jogos fora de casa, visto que a Série B tem viagens muito cansativas. A estratégia foi usada na partida contra o Brusque. Para o jogo em Ponta Grossa, o clube optou por viajar para Curitiba dois dias antes, em voo comercial, entendendo que o desgaste seria menor do que ir direto para o interior do Paraná. Ainda há dois jogos longe do Rio pela frente, contra Sport e Ituano.
O CEO Luiz Mello, o diretor esportivo Paulo Bracks e o gerente de futebol Carlos Brazil têm viajado junto com a delegação e acompanham o trabalho de Jorginho de perto. A presença dos dirigentes visa dar tranquilidade aos jogadores e ao treinador.
Por enquanto tem sido um trabalho silencioso. O momento recente na Série B influencia no silêncio de quem comanda o processo. Mas dentro do clube há muita conversa, seja com a equipe do futebol do Vasco diariamente ou com os donos do clube, em encontros virtuais frequentes.
A vitória na 33ª rodada traz paz momentânea, mas o entendimento é que o time precisa vencer também o Novorizontino em casa no próximo sábado. É a única possibilidade com que a direção trabalha, já que o adversário seguinte é o Sport, que hoje está a três pontos do Vasco.