Acácio começou a carreira no Americano. A primeira frase deste texto agora vale para dois momentos da vida do ex-jogador. Foi no Alvinegro de Campos, cidade onde nasceu, que ele começou a jogar futebol como goleiro, na extinta categoria dente de leite. E agora é no mesmo clube que ele vira a página para mais um capítulo na sua história dentro de futebol: ser treinador.
- Ainda tenho família lá. Minha mãe e mais cinco irmãos moram em Campos. É bom ficar perto de todos de novo - disse Acácio, que passou a folga desta segunda com a esposa e o casal de filhos em sua casa no Rio de Janeiro.
Em dois jogos, Acácio tirou o Americano da luta contra o rebaixamento para colocar o time na disputa por uma vaga nas semifinais da Taça Rio. Foram duas vitórias, e agora o Cano aparece em terceiro lugar do Grupo 1 com os mesmos dez pontos do líder Vasco e do vice-líder Boavista, perdendo no saldo de gols. Restam três rodadas para a fase de classificação.
- Agora a gente vê o horizonte. Sonhar não custa nada e a gente vai lutar - afirmou.
Muitos caminhos até retornar ao Americano
Depois de começar a carreira no Cano, Acácio foi para o Rio Branco ainda nas categorias de base. Foi emprestado para o Goytacaz e voltou para o Róseo-Negro para, enfim, se profissionalizar. Depois de passar pelos três times de Campos, abandonar o futebol por um tempo e passar no vestibular para direito, recebeu um convite para um teste no Serrano, de Petrópolis. Lá, foi descoberto pelo Vasco, e a carreira em São Januário decolou. Três títulos cariocas, um brasileiro e convocações para a Seleção Brasileira estão em seu currículo.
Aposentado, passou a trabalhar como preparador de goleiros. Fez parte da comissão técnica que ajudou o Botafogo a retornar para a Série A em 2003. Nos últimos anos, vinha sendo auxiliar técnico de PC Gusmão. Em 2010, chegou a comandar o Vasco como técnico em três oportunidades. Foram dois jogos pelo Brasileirão em que PC não pôde estar em campo - contra Atlético-PR e Atlético-GO - e mais um amistoso contra o Santos em que os reservas foram utilizados.
Em 2011, o Vasco demitiu PC Gusmão. Acácio saiu junto. Mas por lá deixou amigos. O Americano procurou Gaúcho, que venceu a Taça Guanabara de 2002 pelo próprio Alvinegro, para substituir Toninho Andrade. O atual auxiliar do Vasco, entretanto, indicou Acácio para o cargo.
- O presidente (César Gama) me ligou e eu fiquei meio indeciso. Mas conversei com a família e fui em busca desse desafio. Fui de peito aberto, e o primeiro objetivo, que era livrar o Americano do rebaixamento, já está basicamente conquistado. Com 15 pontos (somados nos dois turnos) é muito difícil cair.
Como o momento parece ser de reencontros para Acácio, o destino pode colocar o ex-goleiro em disputa contra clubes onde ele trabalhou nos últimos anos. No Grupo 1, ele luta contra o Vasco por uma das vagas nas semifinais. E se passar, pode encarar o Botafogo.
- Tenho uma relação forte com esses dois clubes, passei anos no Vasco e no Botafogo. Mas sou profissional e hoje defendo o Americano, que é um time da minha terra, e também tenho que ver os meus interesses - argumentou.
Um desses interesses de Acácio é dar sequência à carreira. O acordo com o Americano é de apenas cinco jogos. Depois, o time só terá a Copa Rio no segundo semestre para disputar em 2011 e deve atuar apenas com jogadores da casa, sem muitos investimentos.
- Vai ser uma grande luta buscar uma alternativa de trabalho. Tenho muitos amigos e tenho certeza que eles vão me ajudar.