Acostumado a estudar bastante os adversários antes das partidas - trouxe consigo ao Vasco apenas um profissional, Gustavo Nicoline, analista de desempenho -, Adilson Batista terá dificuldades para passar informações sobre o Náutico, próximo rival no Brasileiro, para seus comandados. Isso porque o clube pernambucano, já rebaixado, vive um momento conturbado, com ameaça de greve por parte dos atletas do time profissional e ainda não se sabe como e quem virá ao Rio de Janeiro para enfrentar a equipe carioca. A situação causa empecilhos na hora da pesquisa da comissão técnica, mas as barreiras, de acordo com Adilson, precisam ser ultrapassadas de alguma forma.
- Tenho que fazer como vocês (jornalistas) fazem. Doutorado, mestrado, pós-graduação, para conhecer o time. Temos que ir atrás, ligar para amigos e buscar profissionais que conheçam. A nossa situação é essa – disse em entrevista coletiva, ainda minimizando o fato da possível entrada de juniores na partida de domingo - No jogo acontecem 500 situações. Se vem com time A, time B, sub-20, sub-15, é a camisa do Náutico que vai estar lá.
Sem deixar a situação influenciar dentro do seu elenco, Adilson relembrou a época que atuava como zagueiro e afirmou estar ao lado de manifestações em prol de condições melhores para os jogadores.
- A gente não vivencia a situação. Não quero fazer pré-julgamento. A gente respeita, mas estou muito focado aqui, já tenho minhas dificuldades, meus problemas aqui. Não é que eu não esteja preocupado com o Náutico, também quero o bem do futebol, entendo as manifestações. No meu tempo de jogador, o Grêmio chegou a jogar 99 partidas em um ano. Sete competições. Não tem atleta que suporte isso.
Sobre o incentivo financeiro que o Náutico poderia receber de outras equipes interessadas em resultados negativos do Vasco, o treinador cruz-maltino foi ao encontro do que disse o dirigente do Timbu, Lúcio Surubim, tratando de forma natural o fato.
- Em relação à mala, isso ou aquilo, acontece no futebol, mas procuro não me envolver. Já fui capitão de algumas equipes. Aqui procurei manter a seriedade, independente da situação. Muita gente está colocando até o placar, pensando na frente, mas não é assim que funciona. Vi uma seriedade no grupo, que está trabalhando com afinco e vontade para fazer um bom jogo e evitar surpresas – concluiu.
Vasco e Náutico se enfrentam neste domingo, às 17h (horário de Brasília), no Maracanã, em partida válida pela 37ª rodada, a penúltima do Campeonato Brasileiro. A equipe carioca possui 41 pontos e ocupa a 18ª posição, com um ponto e uma vitória a menos que o Fluminense, primeira equipe fora do Z-4.