Os jogadores que estariam acompanhando Bernardo quando ele foi espancado no complexo de favelas da Maré, no último domingo, seriam Wellington Silva, do Fluminense, e Charles, ex-Cruzeiro, hoje no Palmeiras, ambos criados na comunidade. As informações da polícia dão conta de que Wellington Silva estaria na favela - e foi \"chamado\" quando os traficantes começaram a espancar Bernardo. Wellington teria convencido os traficantes a pouparem Bernardo argumentando que se o jogador morresse \"a favela teria UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia seguinte\".
O GLOBOESPORTE.COM conversou com Charles por telefone. O volante primeiro soou evasivo:
- Estão aumentando muito isso aí. Não foi nada demais.
Depois, mudou um pouco o tom e negou saber de algum problema:
- Não aconteceu nada disso. Não sei de onde está surgindo isso. Não estou botando a mão na cabeça de ninguém mas não houve nada disso. O Bernardo vai lá normal, a minha vida toda foi lá... ele vai lá de vez em quando, mas desconheço isso aí. Se teve algo eu não estava, mas acredito que não porque fico sabendo das coisas. Se teve... não estou sabendo de nada.
Tortura
No último domingo, Bernardo foi sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo teria sido o seu envolvimento com Dayana Rodrigues, supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local.
Bernardo e Dayana teriam sido flagrados por bandidos na Favela Salsa e Merengue, e de lá levados para uma casa na Vila do João, onde teriam sido deixados nus, amarrados com fita crepe, torturados com choques elétricos e espancados.
Dayana levou sete tiros nas pernas, foi libertada e atendida no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador. De lá seguiu para o Hospital Souza Aguiar, onde permaneceu até esta quinta-feira. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador) sob o registro de ocorrência 037-02705/2013 e está sendo investigado pela 21ª Delegacia Policial (Bonsucesso).