Alexandre Campello, médico ortopedista, não se incomoda em conciliar as consultas e cirurgias com o expediente na presidência do Vasco. Desde maio que ele acumula também a vice-presidência de futebol, depois que rompeu com o grupo Identidade Vasco e Frederico Lopes deixou o cargo. Mas isso pode estar próximo de acabar.
Não que Campello esteja se sentindo sobrecarregado. O dirigente vê a função como um cargo político dentro de São Januário, com pouca relevância prática. Mas tem sido aconselhado por pessoas próximas a preencher a cadeira e começa a reconsiderar.
- Vou ser muito sincero: não quero politizar o futebol. É ruim fazer isso. Não vejo a necessidade de indicar alguém que é meramente político. Eu entendo que o futebol deve ser técnico. A verdade é que, mesmo tendo um vice-presidente de futebol, as principais decisões passam pelo presidente de qualquer forma. O modelo que eu acho interessante é ter um executivo e o executivo se reportar à presidência, com liberdade para trabalhar. O que não afasta a possibilidade de trazer alguém. Mas, sinceramente, não é uma prioridade.
Campello, antes de ser presidente, era o vice-presidente de futebol da candidatura de Julio Brant à presidência. Ao romper com o líder da Sempre Vasco e lançar candidatura própria para a presidência geral, explicou na época que tomou a decisão depois de perceber que não teria poder sobre o futebol, diferentemente do que as partes haviam combinado. Questionado se ele seria apenas um vice-presidente político na época da união com Brant, afirmou que sim.
- Era um cargo político, mas com uma diferença: eu milito no futebol há 35 anos. Eu sou do meio. Era um cargo político ocupado por um técnico.