Futebol

Análise: Caso não suba, o Vasco terá um desafio para montar um time em 2022

A queda do Vasco para a Série B representou a redução de sua receita em aproximadamente R$ 100 milhões. O clube passou por um ano de ajustes e controlou suas contas. A cinco rodadas do final da Segundona, a ascensão vascaína à elite tornou-se bastante improvável. Neste cenário, o clube já fez um ajuste para continuar pagando dívidas em mais um ano com renda restrita.

O plano passou pelas negociações feitas com a Procuradoria Geral da Fazenda e as Justiça Cível e Trabalhista. Essas conversas foram feitas com as duas possibilidades na mesa: subir para Série A ou fracassar esportivamente e continuar na Série B.

Ao perder para o Guarani, no final do jogo, o Vasco ficou a sete pontos do G4 da Série B, que permite o acesso à elite. Faltam apenas cinco rodada para o final do campeonato. 

Em relação a suas dívidas cíveis e trabalhistas, o Vasco encaminhou o acordo do Regime Centralizado de Execuções. Pelos seus termos, haverá um desconto de 20% da receita total. O total dos débitos em execução é de R$ 223 milhões. Mas o valor total das ações é maior: R$ 380 milhões. Como o pagamento é percentual, com o Vasco na Série B, o valor destinado aos credores será menor.

Esse acordo, que ainda depende de homologação, permite ao Vasco dar descontos aos credores em troca de preferência na fila. A estimativa do clube é de que se consiga um desconto médio de 30% sobre o total, que seria a redução da dívida.

Nesta semana, o Vasco anunciou o acordo com a PGFN para colorida a dívida tributária. Foi obtido um desconto de R$ 121 milhões, além da recuperação de R$ 6 milhões de depósito judicial. Com isso, o valor do débito com o governo foi de R$ 219 milhões. O Vasco ainda pretende questionar outros R$ 50 milhões em FGTS que considera como cobrança indevida, o que poderia reduzir o débito.

Mais importante, o Vasco ajustou os pagamentos ao fluxo do dinheiro que poderia receber na Série B. Em 2022, o clube terá de quitar R$ 8 milhões, o que representa R$ 670 mil por mês.

Com isso, o Vasco deve ter que destinar em torno de 25% da sua receita do próximo ano para pagar suas principais dívidas. Há ainda empréstimos bancários e antecipações. Mas a diretoria vascaína entende que é viável manter os pagamentos em dia do passivo e tocar o futebol.

Outras possibilidades estudadas na cúpula vascaína são as negociações para obtenção de empréstimos para pagar antecipadamente os débitos em troca de partes dos descontos.

Ao final de 2021, o Vasco estima uma dívida de R$ 688 milhões. Isso representa uma redução de R$ 140 milhões do débito no ano. Do total da dívida, são R$ 219 milhões tributários, R$ 336 milhões cobrados na Justiça, e R$ 133 milhões de empréstimos bancários. A se confirmar a permanência na Série B, o desafio vascaíno será manter tudo em dia e montar um time capaz de subir à Série A em 2022.

Fonte: UOL Esporte
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