Uma noite que há muito o torcedor do Vasco merecia: São Januário lotado por mais de 20 mil espectadores, vitória por 5 a 1 sobre o lanterna, atuação empolgante de um time maduro e a sensação de que, apesar da incômoda colocação na tabela, o trabalho de Ramón Díaz está em ascensão. A última vitória por diferença de quatro gols na Série A havia sido nos 4 a 0 sobre o Grêmio, em setembro de 2011.
Ainda não dá para dizer que o Vasco se livrará do rebaixamento na partida da próxima segunda-feira (25), em Belo Horizonte, contra o América-MG, adiada na 15ª rodada. Tampouco dizer que evitará mais uma queda. Mas o elenco hoje oferece condições de competir em igualdade com as principais forças da primeira divisão, e isso justifica o positivismo.
O time que goleou o Coritiba nesta quinta-feira (21), com média de idade de 28.8 anos, teve pegada forte no meio, alternância nas subidas laterais, aproximação dos homens de trás nas jogadas de área e a busca pelas cabeçadas do artilheiro Verreti, o atacante de referência em jogadas de fundo. A mais pura síntese do que define o estilo de jogo do treinador argentino.
Acho injusto qualquer tipo de comparação entre este time do Vasco com o que disputou a maioria dos jogos do primeiro turno, calçado na juventude de jogadores sem rodagem na Série A. Os reforços na janela do meio do ano encorparam o Vasco de tal forma que neste jogo sete deles fizeram do todo um coletivo diferente. No jogo passado, os 4 a 2 sobre o Fluminense, foram seis.
Enfim, os nove gols marcados nos dois últimos jogos mostram que Ramón Díaz conseguiu engajar os jogadores numa causa que para muitos parecia perdida. É só início e, estruturalmente, há muito o que construir. Mas é tijolo por tijolo. E os vascaínos, time e torcida, já entenderam o recado do treinador. Agora é preciso acreditar no “ramonizmo”...