Futebol

Análise: Vasco de Carille foi presa fácil diante do Corinthians

Com oito titulares poupados do time inicial, o Vasco saiu derrotado pelo Corinthians por 3 a 0, na Neo Química, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. A estratégia de Carille transformou o time em uma presa fácil para os donos da casa e escancarou problemas de desentrosamento e falta de organização no sistema defensivo.

Dos jogadores que iniciaram a partida contra o Melgar no meio de semana, apenas Léo Jardim, João Victor e Lucas Piton começaram entre os titulares. O recado com a decisão foi claro: as esperanças já eram baixas de vencer o Corinthians e encerrar um tabu na capital paulista de quase 18 anos antes mesmo do apito inicial.

Com o calendário apertado e jogos em sequência, a prioridade para a comissão técnica tornou-se a partida contra o modesto Puerto Cabello, na próxima terça-feira, pela segunda rodada da Sul-Americana. O resultado? Um passeio do time paulista na Neo Química Arena.

Desacreditado desde o início

Como já havia demonstrado na escolha pela escalação, o Vasco parecia desacreditado sobre qualquer possibilidade de pontuar na Neo Química Arena. Talvez pelo longo tabu sem vencer o adversário em São Paulo, talvez pelo calendário apertado.

Mas a realidade é que foi dessa forma que a equipe se comportou desde os primeiros minutos de jogo com desatenção e pouca competividade. Nitidamente com falta de entrosamento entre seus jogadores, o Vasco cedia muitos espaços e deixava o sistema defensivo excessivamente exposto. A desorganização defensiva culminou na facilitação do trabalho do Corinthians, que fez pouco esforço para controlar a partida.

Carille entrou com Loide Augusto e Rayan no comando de ataque para trazer velocidade, mas o Vasco esbarrava em uma troca de passes bastante lenta na construção de jogo. O time, porém, provava do próprio veneno justamente com as transições rápidas do Corinthians e terminou punido duas vezes com gols ainda na primeira etapa.

O primeiro dos donos da casa saiu com a qualidade de seus principais jogadores de ataque – e falha de posicionamento do sistema defensivo do Vasco. Logo aos 12 minutos de jogo. Memphis aproveitou erro de posicionamento de João Victor e, livre, ajeitou de peito para Yuri Alberto finalizar forte de primeira e abrir o placar.

Aos 26, o time de Fábio Carille provou mais uma vez da transição rápida do adversário. Passe de Jair bateu na mão de Raniele, mas arbitragem enxergou como lance normal, e o Corinthians armou contra-ataque rápido. Yuri Alberto serviu Memphis, que aproveitou mais uma vez uma falha de posicionamento de João Victor, para invadir a área e tocar na saída de Léo Jardim.

As incoerências na etapa final

Se poupar os titulares havia se mostrado a solução inicial para controlar a carga de oito titulares, a estratégia no segundo tempo tornou-se incoerente. Já com 2 a 0 para o adversário, Carille promoveu as entradas de quatro jogadores do time considerado principal.

Vegetti e Hugo Moura saíram do banco de reservas, aos 16 minutos. Depois, Nuno Moreira e Adson entraram, já aos 29. Com eles, o Vasco igualou as ações do jogo e produziu suas melhores oportunidades. Mas o cenário cruel ainda reservaria um gol contra de João Victor, que fez sua pior partida com a camisa do clube neste sábado. E poderia ter sido mais, se não fossem dois gols anulados pelo VAR.

Capitão e artilheiro do Vasco, Vegetti saiu de campo e mostrou toda a insatisfação pelo resultado após o apito final. Foi dele a chance mais clara do time, já nos acréscimos, com cabeçada no travessão:

- A gente tem que melhorar muito. Não pode tomar três gols do Melgar, três gols hoje, um gol do Santos. É impossível competir assim, temos que ter autocrítica e melhorar muito. Não é culpa do treinador, é culpa nossa (jogadores). São erros muito infantis. Começa dos atacantes, não falo da defesa. A gente tem que defender melhor começando lá da frente. Mas é começo ainda, é melhor que aconteça agora e não mais à frente, mas a gente tem que melhorar muito - desabafou Vegetti.

Caldeirão em ebulição para terça

Após o empate frustrante na estreia da Sul-Americana e o enredo da derrota deste sábado, o duelo da próxima terça-feira ganhou contornos de pressão para Carille com o torcedor vascaíno.

A equipe terá pela frente o Puerto Cabello, da Venezuela, às 21h30 (de Brasília), em São Januário, e precisa vencer para manter o cenário de classificação favorável e para dar um mínimo de alento e uma resposta ao torcedor em relação às escolhas feitas por Carille na derrota deste sábado.

O regulamento da Copa Sul-Americana tem uma peculiaridade ainda mais dramática: apenas o primeiro de cada grupo tem classificação garantida para a fase mata-mata. Qualquer tropeço pode ser fatal. E transformar a pressão da torcida em algo próximo ao insustentável.

Fonte: ge
  • Sábado, 05/04/2025 às 18h30
    Vasco Vasco 0
    Corinthians Corinthians 3
    Campeonato Brasileiro - Série A Neo Química Arena
  • Terça-feira, 08/04/2025 às 21h30
    Vasco Vasco
    Puerto Cabello Puerto Cabello
    Copa Sul-Americana São Januário
  • Sábado, 12/04/2025 às 21h00
    Vasco Vasco
    Sport Sport
    Campeonato Brasileiro - Série A São Januário
  • Terça-feira, 15/04/2025 às 21h30
    Vasco Vasco
    Ceará Ceará
    Campeonato Brasileiro - Série A Castelão
  • Sábado, 19/04/2025 às 18h30
    Vasco Vasco
    Flamengo Flamengo
    Campeonato Brasileiro - Série A A definir
Artilheiro
Pablo Vegetti 10
Jogos
Vitórias 7 (38,89%)
Empates 6 (33,33%)
Derrotas 5 (27,78%)
Total 18
Gols
Marcados 25 (56,82%)
Sofrido 19 (43,18%)
Total 44
Saldo 6
Cartões
Amarelos 40 (100,00%)
Vermelhos 0 (0,00%)
Total 40