Um início empolgante, com direito à liderança e que fez a torcida batizar o estilo de jogo do novato treinador Ramon Menezes de 'Ramonismo'. A boa fase do Vasco animou seus torcedores, mas bastou setembro chegar para os números despencarem e os vascaínos saírem da euforia com o treinador para as críticas.
A equipe iniciou o mês passado, por exemplo, ostentando a condição de melhor defesa do Campeonato Brasileiro. Já na parte ofensiva, em dado momento da competição, teve o segundo melhor ataque. Agora, porém, depois das derrotas acachapantes para Atlético-MG (4 a 1) e Bahia (3 a 0), o Cruz-Maltino passou a ter um saldo negativo de -1.
Já são seis jogos sem vitória, sendo quatro pelo Brasileirão e dois pela Copa do Brasil. Artilheiro do time, Germán Cano também enfrenta o jejum de gols, o também culminou para que o time carioca despencasse na tabela.
Após a derrota de ontem (7) para o Bahia, Ramon Menezes classificou as cobranças como "exageradas", mas, ao mesmo tempo, admitiu que a equipe tem dado motivo para tal.
"O que aconteceu com a gente não é normal. E é muito ruim acontecer isso. A gente sente. No último jogo [derrota para o Atlético-MG], assumi toda a responsabilidade. Sei da minha responsabilidade aqui dentro. Desde o começo, tento fazer o melhor possível. É ruim o que está acontecendo. Acho que a cobrança tem sido exagerada, mas, ao mesmo tempo, estamos dando motivos para que a cobrança seja forte. Trabalhar no Vasco exige estar preparado para tudo", avaliou à Vasco TV.
Pikachu e Bastos são os mais criticados
Nas redes sociais, os jogadores mais criticados têm sido o lateral direito Yago Pikachu e o volante Fellipe Bastos. Ramon Menezes, no entanto, saiu em defesa da dupla:
"Se você pegar o começo do meu trabalho, todo mundo elogiava muito, principalmente, a recuperação dos atletas. Então, assim, o Yago tem uma história aqui dentro do clube, ele é o lateral que mais fez gols com a camisa do clube e eu vejo a importância do Yago, principalmente para esses jogadores mais jovens. Nosso grupo é um grupo muito jovem. E o Felipe, ele é vice-artilheiro da equipe. Há algumas rodadas era um jogador elogiado que, também, é um jogador que nós conseguimos recuperá-lo. Hoje se fez importante a presença desses jogadores para a escalação, nós não tivemos o Andrey nem o Benítez. Mas, assim, nós temos que apoiar esses atletas. Não adianta fazer, às vezes, o que eu tenho visto. Porque o atleta sente também. E é um atleta do clube, é um atleta importante. Então, é o que eu penso."
Busca por reforços?
Ramon também foi questionado sobre as peças de reposição e se tem conversado com a diretoria sobre reforços, mas o treinador não quis colocar tais dificuldades como desculpa para os resultados recentes ruins:
"Lá no começo do trabalho, eu nunca fui de ficar lamentando a ausência de A, B ou C, se eu tenho o jogador, se eu não tenho o jogador... Lá eu disse que eu estava muito satisfeito com tudo aquilo que vinha acontecendo, principalmente dentro do campo. E não é agora que eu vou ficar lamentando, justificando. Eu também coloco a minha responsabilidade. Sei que o clube atravessa um momento financeiro difícil até para buscar reforços. Nosso time é um time muito jovem, mas, para você ver, até algumas rodadas, as coisas estavam acontecendo. E agora o que nos resta é recuperar esses atletas. Um momento difícil, eu sei que o torcedor está chateado. Nós também. Vamos continuar trabalhando, tem que trabalhar."
Clássico contra o Flamengo
Agora, pela frente, o Vasco tem ninguém menos do que seu maior rival, o Flamengo, no próximo sábado (10), em São Januário. Ramon classificou o clássico como "importante para o clube".
"É um clássico. É um jogo que todo mundo gosta de jogar, gosta de participar. É um jogo muito importante para o clube, para a gente dentro do campeonato voltar a vencer. Mas nós sabemos que temos que melhorar muito. Voltar a fazer tudo aquilo que nós fazíamos antes. Então, nós temos aí dois dias para pensar muito nisso e voltar a fazer tudo o que nós fazíamos", disse.