Quando o árbitro apitar o início de Vasco x Athletico, às 18h30, em São Januário, uma história que correu o risco de nunca ter existido irá enfim começar. O técnico Ramón Díaz fará a tão sonhada estreia no futebol brasileiro que lhe foi negada há três anos, quando teve passagem relâmpago pelo Botafogo. Motivação para fazer sucesso é o que não vai faltar.
Em novembro de 2020, o Botafogo escolheu Ramón Diáz para assumir o comando de um elenco que vivia crise semelhante ao do cruz-maltino: na zona de rebaixamento, com apenas 20 pontos e 3 vitórias em 20 jogos. O campeonato havia sido recém-retomado após a pausa da pandemia.
Mas Diáz precisou viajar ao Paraguai um dia depois de ser apresentado. Ele passaria por uma cirurgia para a retirada de um tumor na tireoide. A recuperação se arrastou e foi até dezembro. Seu filho e auxiliar, Emiliano Díaz, chegou a comandar o time em três jogos. Foram três derrotas, e o Botafogo decidiu não esperar pela recuperação do técnico.
No Vasco, o argentino já chegou colocando suas cartas na mesa. Na última quinta, alterou o horário do treino e promoveu uma atividade noturna. Também trocou o CT Moacyr Barbosa por São Januário. O objetivo era ambientar os jogadores ao horário da partida. Uma mudança no mínimo curiosa, já que os atletas estão acostumados a atuar à noite.
A interferência mais drástica, contudo, está mesmo na escalação. O Vasco pode receber o Athletico com até oito novidades na equipe que vinha atuando nas últimas rodadas. Entre mudanças movidas pela ausência de titulares e opções do treinador, uma das principais será a estreia do chileno Gary Medel no meio de campo cruz-maltino. Na zaga, Zé Vitor deve ser titular no lugar de Leo, que ainda não se recuperou das dores que o tiraram da partida contra o Cruzeiro. Já na frente, a tendência é que Figueiredo seja improvisado como referência.
Ontem, o clube oficializou a saída de Pedro Raúl, vendido para o Toluca-MEX. O centroavante deixa o clube com nove gols e quatro assistências em 28 jogos e muitas críticas da torcida.