Portas fechadas. Assim foram realizados os depoimentos no Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol do Estado Rio de Janeiro (TJD/RJ) na tarde desta segunda-feira, dia 12 de setembro, a partir de denúncias da TV Record a respeito de um suspeito envolvimento da arbitragem carioca em manipulação de resultados nas três principais divisões do Estadual do Rio de Janeiro.
Do lado de fora da sala principal do TJD/RJ, o Justicadesportiva.com.br acompanhou Jorge Rabello, presidente da Comissão de Arbitragem da Ferj, e Messias Pereira, observador e membro da Comissão, que prestaram depoimento. Foi possível escutar, a todo o momento, a defesa veemente e incisiva de Rabello, assim como os lamentos de Pereira, que parecia não acreditar estar sendo acusado de algo.
\"Ele só está falando a verdade. Se pediram para ele se explicar, é o que está fazendo. Lamentável estarmos aqui, assim\", comentou Messias, em certo momento, e tom de tristeza, com árbitros que também estavam no local para serem ouvidos devido a um problema envolvendo outro escândalo, este sobre diplomas irregulares envolvendo árbitros da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).
Foram mais de cinquenta minutos de depoimento, que mais pareceu um interrogatório. No fim, Jorge Rabello sorriu ao deixar o recinto, confiante que suas palavras o ajudaram neste início de investigação. Revoltado com seus perseguidores, ele se defendeu e exaltou o futebol do Rio de Janeiro.
\"As denúncias são amplamente infundadas. Houve muita contradição e pouca explicação. Foram bandidos, falaram de algumas situações e omitiram outras em relação a jogos e acréscimos de minutos de partidas. O que não convinha, ignoraram. Nos últimos quatro anos, o futebol do Rio de Janeiro tem evoluído, assim como o nível de arbitragem. Estão tentando nos desestabilizar\", concluiu Rabello.
O auditor Marcos Kac, responsável pelo inquérito, informou à reportagem do Justicadesportiva.com.br que, após ouvirem os dois depoentes, irá analisar todas as informações e, possivelmente, chamar outras pessoas para serem interrogadas. Somente em seguida haverá um parecer sobre o caso. Tudo o que foi dito hoje é válido como averiguação, disse o auditor. O jornalista da TV Record, intimado, não esteve no TJD/RJ, mas o próprio Marcos Kac disse que isso não seria algo relevante neste primeiro momento.