Rio - Que os estilos são bem diferentes, qualquer um é capaz de notar ao passar um dia acompanhando um treino em São Januário. Paulo Cesar Gusmão, ex-goleiro de pouco destaque, é mais enérgico, cobra e grita mais vezes durante os treinamentos. Ricardo Gomes, ex-zagueiro que foi capitão da seleção brasileira em Copa do Mundo, quase não altera a voz. No comando do Vasco, a diferença se acentua a cada jogo.
Domingo, o time de Ricardo enfrenta o Atlético-GO de PC Gusmão, que saiu após o pior início de Campeonato Carioca da história do clube, com quatro derrotas em quatro jogos.
Seria injusto, no entanto, ignorar que Ricardo Gomes teve outro grupo à disposição logo que chegou ao Vasco. Bernardo estreou na terceira partida do atual treinador. Diego Souza e Alecsandro, na sétima e oitava, respectivamente. Os resultados foram imediatos, e o grupo, reforçado, ganhou a Copa do Brasil.
Mas não foi só com mais ovos que Ricardo aprontou seu omelete vascaíno. Com ele, a equipe é mais ofensiva: balançou a rede 61 vezes e tem média de gols superior a dois por jogo. No esquema de Ricardo, é raro um volante ser colocado para atuar na armação, como acontecia com Fellipe Bastos, que jogava de terceiro homem de meio no time de PC Gusmão.
A rigor, entretanto, os dois técnicos foram importantes na montagem do time campeão da Copa do Brasil. PC assumiu a equipe na vice-lanterna do Brasileiro de 2010, antes da Copa do Mundo. Celso Roth, então contratado para tirar o time da zona de rebaixamento, trocou o Vasco pelo Internacional. Desacreditado, o elenco ganhou os reforços de Felipe, Eder Luis e Zé Roberto e ressurgiu sob o comando do atual treinador do Atlético-GO, que tirou logo o Vasco de perto das últimas posições.
Foi com PC que Dedé despontou como um dos melhores zagueiros do País e o Vasco alcançou marca expressiva: 14 jogos de invencibilidade. A sequência se mostrou decisiva para tirar a corda do pescoço da equipe.