No fim do ano passado Martín Benítez trouxe o sentimento de saudade ao torcedor do Vasco. Com o fim do seu contrato de empréstimo junto ao Independiente, o meia voltou para a Argentina, onde passou as festas de fim de ano e os primeiros dias de 2021, mas a ausência no time durou pouco tempo. Após se entender com os argentinos, o Cruz-Maltino trouxe o seu camisa 10 de volta, a princípio até junho, e também um pouco mais de esperança à torcida para a campanha no Campeonato Brasileiro.
E a importância do jogador, de 26 anos, vem se provando já nos primeiros jogos desde o seu retorno a São Januário. Contra o Atlético-MG, contribuiu - e muito - para a vitória por 3 a 2, dando, por exemplo, a bela assistência para o compatriota Germán Cano marcar o 3º gol do jogo. Já contra o Palmeiras, na última terça-feira (26), marcou um golaço de falta que levou o clube carioca ao empate em 1 a 1, no Allianz Parque.
Em entrevista exclusiva à repórter dos canais Disney Roberta Barroso, o meia argentino falou de tudo um pouco. Desde o seu retorno ao Gigante da Colina, da parceria com Cano e também sobre o trabalho de Vanderlei Luxemburgo.
Sobre a sua volta ao Cruz-Maltino, Benítez revelou que, no fim do ano passado, deixou o clube com um sentimento de tristeza, já que sabia que poderia ajudar o clube nos seus objetivos da temporada. E o retorno foi bastante comemorado por ele.
"Para mim foi importante poder voltar porque tinha a sensação de que poderia ajudar o Vasco, tinha ido com uma tristeza e quando se está em uma equipe e convive com pessoas que já fazem parte da sua família, eu não gostei muito. É como uma revanche e, graças a Deus posso estar aqui e ajudar equipe e, como falei ao Luxemburgo no primeiro dia, vim para ser um jogador a mais. Se tenho que ir para o banco eu vou...se tenho que treinar o dobro também, mas sempre priorizando o Vasco, que é uma equipe muito grande", começou por dizer.
Passando para a relação com Germán Cano, Benítez falou dos bastidores da amizade que cultiva com o compatriota, que já é praticamente da sua família. O camisa 10 também revelou admiração pelo companheiro de equipe, que o ajudou na sua adaptação ao futebol brasileiro.
"Convivência linda. Não só ele como nossa família, foi importante para minha adaptação, me ajudou muito no Brasil. E na minha primeira experiência fora da Argentina, ele foi muito importante e criamos uma amizade linda... e como 10 da equipe, tenho que criar as jogadas, meu trabalho é que ele possa fazer gols e, se ele faz gols com minha assistência, a equipe está fazendo o que tem que fazer e cada um fazendo sua função. Todo mundo sabe da qualidade do Germán, é um jogador que está nos ajudando muito, 50% gols do Vasco são dele, e tratamos de trabalhar para bola chegar nele e sabemos que e muito difícil o que ele faz, estou muito contente de jogar com ele", prosseguiu.
Em relação ao retorno de Vanderlei Luxemburgo ao Cruz-Maltino, o meia argentino deixou claro que Luxa trouxe um 'gás extra' aos jogadores na briga contra o rebaixamento no Brasileirão. O experiente treinador cumpre um papel de 'pai' no atual elenco do clube.
"Desde a chegada, (o Luxemburgo) foi importante para nós. O jogador necessita estar tranquilo da cabeça e poder receber confiança do treinador, e isso Luxemburgo está fazendo bem. Conhece o Vasco e todos jogadores que estão aqui. Minha primeira experiência com ele está sendo boa, cada dia me dando melhor com ele e sinto que é como um pai, como falam aqui, para cada um", prosseguiu.
Autor do gol de empate com o Palmeiras, no meio da semana, Benítez também falou sobre o seu belo gol de falta. O meia revelou que a iniciativa de aprimorar as suas cobranças veio do ex-treinador do clube Ramon Menezes.
"Quando cheguei ao Vasco, conheci o Ramon e ele começou a falar que eu poderia melhorar a falta. Ia duas vezes por semana batendo falta, treinar uma hora antes de cada treinamento e isso me ajudou muito para melhorar minha pegada e foi fruto de acreditar no trabalho. Acreditar que se que pode melhorar sempre, não só no futebol, mas na vida. Ser cada dia melhor pessoa, melhor jogador. Isso é muito importante para o ser humano", disse.
No próximo domingo (31), o Vasco tem compromisso importantíssimo contra o Bahia, em São Januário, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. Se vencer, o Cruz-Maltino tem a chance de ficar em situação mais confortável na briga contra a degola. Por isso, Benítez já deixou claro que o jogo é tratado como uma final na equipe.
"O mais importante de tudo é que temos vários dias para trabalhar. A partida é uma final para nós, como vão ser todas. A partida mais importante é a que vem, e a mais importante é o Bahia. Como todo mundo fala, é uma partida de seis pontos, vai ser como uma final e temos que entender também que no futebol, quando se pensa que está tudo bem, te dá uma cacetada e te coloca no lugar e, de repente, tá abaixo de novo. Temos que manter humildade, seguir trabalhando saber, que não podemos relaxar em nenhum momento e manter objetivo de que Vasco permaneca na primeira divisão e depois, quando acabar campeonato, ajudar em coisas maiores", afirmou Benítez.
Como seu contrato vence em junho, Benítez também falou sobre uma possível permanência por mais tempo após o fim do vínculo, mas deixou claro isso não depende única e exclusivamente dele.
"Meu objetivo é dar o melhor ao Vasco nas partidas que faltam, que vão ser muito importantes. Já falei no passado que queria ficar, mas não depende de mim, agora mudaram o presidente, sei que ele (Jorge Salgado) fez muito esforço para me trazer de volta ao Vasco e o treinador, que me chamou e falou da expectativa, mas sempre eu digo: o único lugar que o jogador pode falar é dentro de campo. Posso falar que quero ficar, mas caso não renda dentro de campo... trato de fazer o melhor para ficar no Vasco e, se não ficar, seguir crescendo futebolisticamente", finalizou.