Quando o Vasco perdeu para o Inter por 5 a 3 na última rodada, muita gente achava que nada poderia ser pior. Afinal de contas, era a segunda partida no campeonato em que sofríamos essa quantidade absurda de gols e mesmo o fato de ambos os jogos terem sido fora de casa não servia como consolo.
Pois está aí. Ontem vimos, pelo menos na minha opinião, uma derrota bem pior do que as que sofremos para São Paulo e Colorado. A derrota pelo placar mínimo para a mulambada foi muito, mas muito pior, que as goleadas citadas.
Isso porque, mesmo levando uma sacolada de gols, nessas partidas ainda tivemos, nem que fosse por alguns minutos, algo que se pudesse chamar de futebol. Já ontem, não. No Mané Garrincha, o Vasco parece ter feito questão de não jogar absolutamente nada durante 90 minutos.
O Vasco foi um bando em campo. Sem pegada na marcação, inarticulado criativamente e pior, sem mostrar a menor vontade de mudar isso. O time errava e seguiu cometendo os mesmos erros ao longo de toda a partida. Substituições e instruções do treinador não fizeram qualquer diferença.
Seria injustiça atribuir uma parcela excessiva de culpa ao treinador. Apesar de não conseguir evitar que o time insistisse nas irritantes ligações diretas ao longo de todo jogo ou acertar o posicionamento da defesa nem depois do papo que teve com o time no intervalo, é preciso levar em consideração que Dorival acabou de chegar e não conhece bem boa parte do elenco. Ainda assim essa desculpa tem prazo de validade: por ser seu primeiro jogo, entende-se que Dorival tenha escalado quem ele conhecesse de outros clubes. Mas depois do que foi apresentado ontem, difícil encontrar motivos para manter uns e outros como titulares, por mais que o treinador os conheça.
Para aumentar o problema do Dorival, a próxima partida do Vasco é outro clássico, contra o Flu. Um time mais qualificado e que, sem vencer a sei lá quantos jogos, querer resolver esse problema pra cima de um grande rival (ainda mais sendo o Vasco, grande alvo das suas invejas). Ele tem uma semana para fazer com que o grupo que tem em mãos se transforme, pelo menos, num rascunho de time. Dessa vez a falta de tempo para trabalhar serve como justificativa, e Dorival pouco pode fazer além de tentar motivar os jogadores. Mas de agora em diante, somente o vamos-lá-que-dá dificilmente será o bastante para nos tirar da péssima posição em que nos encontramos hoje.