Papo na Colina entrevista a promessa Caio Lopes, jogador de muita habilidade e identificação com o Vasco
Nascido no ano 2000, diretamente do Rio de Janeiro, Caio sempre foi um craque com a bola nos pés. Com o propósito de aproximar o amor e o talento de seu quase filho, seu João resolveu apresentar a habilidade do menino para São Januário. Deu certo. Desde pequeno convivendo com o clube da Zona Norte, o garoto passou a ser apaixonado pela cruz de malta. Sendo assim, os anos foram se passando, a rotina com o Vasco aumentando e a paixão crescendo ainda mais. Durante sua vida futebolística inteira, Caio jogou na base vascaína e agora atua pelo profissional.
Eu passei mais da metade da minha vida no Vasco. São onze anos de clube, comecei no futsal, jogando nas quadras ali de trás de São Januário e aos pouco houve a transição para o campo. – disse o meia.
Após dez anos de clube, Caio Lopes deixou a base do Vasco para finalmente performar com a camisa cruzmaltina no profissional. Sendo assim, o jogador conquistou inúmeros títulos pela base, sendo o destaque de 2020. Com três campeonatos conquistados em apenas um ano, foi impossível não enxergar o garoto como um líder e uma promessa. Então, logo em sua reestreia, em janeiro de 2021, o jogador mostrou do que é capaz. Diante de uma bela atuação ao entrar no segundo tempo, Caio participou de dois gols vascaínos, ajudando o time a vencer o Botafogo por 3-0. No entanto, o meia perdeu um pouco de espaço no elenco, o que é normal pela idade. Com isso, a equipe do Papo Na Colina foi atrás do jogador para saber seus sentimentos em relação ao Vasco e suas expectativas para o ano. Veja abaixo:
ENTREVISTA COM CAIO LOPES
Papo na Colina: Sabemos que você respira São Januário desde novo e isso alimenta muito a chegada ao profissional. Em contrapartida a isso, também foi visto uma frieza muito grande na hora de subir você ao time principal, por conta de se tratar de uma promessa do clube, é claro. Você se sente calejado para tomar a responsabilidade e começar a atuar mais ou ainda se sente um pouco nervoso em campo? Além disso, qual é a sua relação com o Vasco?
Caio Lopes: Como eu disse, São Januário é uma casa minha e o Vasco é parte da minha vida, um privilégio e uma responsabilidade. Na minha cabeça, essa transição para o time profissional acontece com muita naturalidade. Quando você chega nos últimos anos da base, a cobrança e o nível de trabalho do dia a dia já é similar ao do time principal. Você já é um “profissional”, entende? Além disso, eu já venho trabalhando com o grupo de cima há alguns anos, de maneira intercalada. O futebol é a minha profissão e o Vasco é onde me sinto a vontade, com certeza me sinto preparado e motivado pra jogar.
Papo na Colina: Em sua transição pela base, foi visto um cuidado em não pular etapas, ao contrário de seus companheiros que subiram pulando muitas categorias. De que maneira você enxerga isso? Você se sente mais preparado fisicamente, tecnicamente e psicologicamente?
Caio Lopes: Eu nunca tive pressa nesse sentido, sempre tive a cabeça no lugar. Claro que todo garoto imagina estar jogando no time de cima. A cada semana eu me sinto melhor preparado para entrar e ajudar, as coisas vão acontecer naturalmente. Sigo trabalhando e evoluindo.
Papo na Colina: Você se destacou na base por as múltiplas funções no meio campo, hoje o futebol está muito intenso principalmente na faixa central. Você está fazendo algum trabalho específico para melhorar sua parte física?
Caio Lopes: A minha característica não é a do enfrentamento físico, nunca foi. Claro que me preparo para esse tipo de jogo, sou um atleta que vai jogar dos dois lados do campo, às vezes entrando na área, que vai destruir e construir, como os melhores jogadores de meio campo fazem pelo mundo. Mas acho que a minha virtude está justamente no posicionamento, de estar nos lugares certos nos momentos certos, seja para dar uma opção de passe para um companheiro, seja pra evitar um ataque adversário.
Papo na Colina: O que você acha que é necessário para subir da base de São Januário e ter sucesso no clube? Sabemos do amor que a torcida vascaína demonstra pelo Gigante, independente da fase ser boa ou ruim. Você acha que pode lidar com isso e ser um futuro xodó da torcida? Os vascaínos já gostam bastante de você (risos)…
Caio Lopes: Historicamente a base do Vasco é muito forte e o clube sempre botou pra jogar. Os grandes times da história do Vasco tiveram jogadores com esse DNA, criados em São Januário. Quero também fazer parte disso. Fico muito feliz com o carinho que recebo dos torcedores e isso me motiva para retribuir dando alegrias dentro de campo.
PERGUNTA DOS CONVIDADOS:
LUIS LACERDA: Quais são as diferenças que você enxerga entre futebol profissional e o sub-20? O que você acha que muda mais no jogo e nos treinos?
Caio Lopes: A principal diferença está nos jogos, os treinos não são tão diferentes. Você tem um pouco mais de estrutura ali no trabalho, uma coisa ou outra mais rígida, mas não muda muito. No jogo você enfrenta atletas mais fortes, jogadores mais experientes, que num detalhe vão decidir uma partida, vão cometer menos erros… A exigência muda um pouco, mas no final é tudo futebol.
EDUARDO LUCAS E DOUGLAS VALÉRIO: Como foi a adaptação ao profissional? Você já jogou de primeiro e de segundo volante, você tem alguma preferência? Qual você se sente mais confortável?
Caio Lopes: Eu também já joguei como meia, mais encostado no ataque… Gosto de jogar de frente para o gol, com alguma liberdade pra chegar finalizando. Acredito que posso ajudar mais dessa forma. Mas estou à disposição. Como a comissão técnica entender que eu posso ajudar, eu vou dar o meu melhor. Me sinto bem adaptado ao grupo, tenho uma boa relação com todos, alguns jogam comigo há vários anos.
JOAO ALMIRANTE: Em sua avaliação, quais pontos você acha que precisa se aprimorar pra que consiga ganhar mais espaço no elenco do Vasco? Você ainda acha que precisa evoluir ou não?
Caio Lopes: Com certeza eu preciso evoluir, o jogador que acha que não precisa evoluir tem que ir fazer outra coisa (risos)… Eu escuto muito os treinadores e companheiros para aprender e incorporar coisas ao meu jogo. Tem situações que vão vir com o tempo, aprendendo nos treinamentos e até durante os jogos. Acredito que vou ter minhas oportunidades e preciso estar pronto quando isso acontecer.