Suspenso ao longo do ano de 2013 após ser flagrado no exame antidoping no Campeonato Carioca, o meia Carlos Alberto reclamou do Vasco, time que defendia quando aconteceu o problema. Em participação no programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, o jogador disse que foi "abandonado" pela diretoria do clube carioca.
"Neste momento, não recebi apoio nenhum, na época fiquei chateado na forma que as coisas foram conduzidas. Conheci a Luciana Lopes, minha advogada, através dela que recebi amparo e carinho que eu precisava, além das explicações para que eu pudesse solucionar o meu caso. Confiei nela, na altura que fiquei totalmente desamparado. Não sabia para onde ir, porque nenhum atleta programa para ter intervenção de um doping no meio do caminho. Passei por algumas coisas que nunca imaginei, tive de passar um dia no laboratório, eu mesmo descongelando minha urina em um laboratório, que não é normal para um atleta. Mexeu muito, fiquei chateado", disse o jogador.
"As pessoas da administração não tiveram nenhum carinho, e eu me chateei muito com isso, dediquei muito da minha vida ali e fui liberado pelo telefone. Isso não é forma de lidar com profissional, mas nem por isso deixei de torcer pelas pessoas que ali tem, jogadores, pessoal que trabalha bastidores do clube, sempre estiveram ao meu lado. Fiquei triste com a queda", completou.
Apesar de reclamar da administração do Vasco, Carlos Alberto "absolveu" o presidente Roberto Dinamite, por não ter tido contato com o mandatário vascaíno na época de sua saída.
"Nada contra pessoa dele não (Dinamite), nesse período ele foi o que menos falei, falo da administração de forma geral. Nenhum deles tem autoridade para me desmentir, porque foi isso que aconteceu. Vasco passava por problemas graves e os custos do doping é do clube, eu paguei do meu bolso, e depois de muita discussão, eles reembolsaram", afirmou o atleta.
Carlos Alberto ainda aproveitou para falar sobre os problemas financeiros que possui com o Vasco e lembrou que o time carioca não cumpriu o acordo que havia feito. "Dos atletas daquele time, fui um dos únicos que não botei Vasco na Justiça, fiz acordo que até hoje não foi cumprido. Tinha todos os motivos para que eu ficasse chateado e exercesse meu direito, mesmo assim não fiz", falou.
O meia também falou sobre a briga envolvendo torcedores do Vasco e Atlético-PR na última rodada do Campeonato Brasileiro. O jogador alertou para o fato dos clubes darem dinheiros para as organizadas.
"Os clubes ajudam esses torcedores. Essa é uma grande verdade. Se você foi pegar e fizer uma investigação, é ingresso, patrocina ônibus. Eu sei que estou dentro do meio e sei que é assim que funciona. Não adianta eles falarem que vão colaborar com a investigação, que é mentira. São poucas torcidas, como as de São Paulo, como Corinthians e Palmeiras, que tem saúde própria, os outros não têm. Incentivam vândalos, para ir ao estádio badernar, brigar e quebrar", garantiu o atleta.
"Para mim, bandido tem de estar preso. Se for olhar imagem, são sempre os mesmo que estão lá arrumando confusão, já tem ficha na cadeia, esses caras não tem de participar da sociedade mais não. Você tem polícia, tem governo e esses caras têm mais voz que nossa autoridade? Vai ter de acontecer mais tragédias, coisas ruins para alguém se liga e dê um basta? Ou acaba com a organizada de vez", finalizou.
Carlos Alberto foi liberado para voltar a jogar futebol no começo deste mês após julgamento na Corte Arbitral do Esporte. Ele ainda não acertou com nenhum clube para a próxima temporada.