A Chapa Azul do Vasco, encabeçada por Eurico Miranda na última eleição, juntou na última quarta-feira documentos ao recurso contra a anulação da eleição do Vasco - atualmente, a decisão está suspensa em segunda instância.
De acordo com a nova petição da ação, assinada pelos três subscritores da chapa, os testemunhos de dois sócios que confessaram fraude no pleito foram mentirosos.
Os depoimentos foram utilizados na ação inicial que pediu a anulação da eleição, assinada pelo advogado Alan Belaciano, do corpo jurídico da Sempre Vasco.
A base do argumento está em três documentos: uma perícia feita por Luciano Barata em fevereiro no HD com a base de dados de sócios do Vasco; a lista de sócios aptos a votar na eleição de 2014, e o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) feito no HD.
Confira todos os casos:
Glória Brochado:
Em depoimento à Delegacia de Defraudações, Gloria afirmou que havia recebido um título de sócio faltando dois meses para a eleição de 2017.
Entretanto, a Chapa Azul juntou documento que mostra que, na perícia feita em fevereiro, Gloria já constava como sócia.
- Como seria possível ter feito constar o nome da depoente como sócia proprietária diamante na base de dados coletada, apreendida e periciada meses antes (fevereiro de 2017) se aquele título só viria ser dado a ela cerca de cinco meses depois? – questiona o texto.
Nome de Gloria aparece na perícia de fevereiro; em seu depoimento, ela disse que recebeu título em setembro (dados pessoais foram borrados na imagem) — Foto: Reprodução
Severino Nunes da Silva:
Em seu depoimento, Severino afirmou ser sócio proprietário do Vasco desde 2001, com título desde janeiro daquele ano, embora nunca tenha quitado a taxa de adesão nem pago mensalidade. Por fim, ele disse que votou nas eleições de 2014, apesar da inadimplência.
Segundo a petição da Chapa Azul, o nome de Severino consta na lista de sócios aptos a votar na eleição de 2014, com título de sócio geral datado de 2013 – que ele afirmou ter obtido em fevereiro de 2017. A matrícula é a mesma da encontrada na perícia feita no HD, assim como a data de admissão.
Na ação inicial, de Alan Belaciano, havia a afirmação de que o nome de Severino não constava na lista de sócios.
- Severino não votou na eleição de 2014 em virtude do título de sócio proprietário de 2001, e, sim, ele é sócio geral do clube desde abril de 2013, condição essa que, tanto naquele pleito como no de 2017, conferiu-lhe o direito de voto por estar em dia com suas obrigações – diz trecho do recurso da Chapa Azul.
Trecho do recurso da Chapa Azul que trata de Severino — Foto: Reprodução
Vera Lucia
Em depoimento, Vera afirmou que recebeu seu título de sócia em "novembro e/ou dezembro de 2016". Entretanto, o laudo do ICCE apontou que a data de admissão é de dezembro de 2015. No entender da Chapa Azul, não houve inclusão retroativa do título.
Atual situação da ação
No momento, a anulação da eleição do Vasco está suspensa, segundo decisão em segunda instância da desembargadora Marcia Alvarenga. Ainda cabe recurso, para que as partes sejam ouvidas e, então, um colegiado de desembargadores possa proferir uma determinação.
A ação inicial foi interposta por Alan Belaciano, ligado à Sempre Vasco. Nela, usando os depoimentos dos dois sócios, bem como outras provas, ele pedia a anulação da eleição. Obteve sucesso em primeira instância, mas a decisão foi suspensa posteriormente.