E não é que o candidato ao título e o ameaçado de rebaixamento chegaram à última rodada do Brasileiro com a mesma quantidade de pontos? Em contextos completamente distintos fora de campo, Flamengo e Vasco se equipararam quando a bola rolou (53 pontos) e, na briga por uma vaga na Libertadores via Série A (o Rubro-Negro também pode se classificar pela Sul-Americana), quem está mais próximo de sorrir no final é justamente o azarão na disputa particular.
Segundo os cálculos do matemático Tristão Garcia, o fato de o Flamengo ainda estar uma posição à frente na tabela graças ao melhor saldo de gols pouco importa. É o Vasco quem tem mais chances de ir à competição ano que vem: 60% contra 57%.
Isso porque, na última rodada, os times enfrentarão dificuldades bem diferentes, ao menos na teoria. Enquanto a equipe de São Januário pegará a Ponte Preta, já rebaixada, em casa, o Rubro-Negro viajará até Salvador para encarar o Vitória, que jogará a vida pelos três pontos, afim de se manter na elite.
Caso se confirme à frente do arquirrival no domingo, o Vasco derrubará dois mitos de uma vez. O primeiro, de que o poderio financeiro bem maior do Flamengo lhe garante favoritismo. Afinal, a diferença de R$ 5,1 milhões a favor do time da Gávea na folha salarial do futebol não foi suficiente para colocá-lo à frente. O segundo, o de que o Rubro-Negro é um time de chegada. Isso porque, na virada do turno, a diferença entre os rivais era de cinco pontos. Quem soube arrancar no momento decisivo do Brasileiro foi justamente o Cruz-Maltino.