A CBF voltou a falar em punir com perda de pontos e até rebaixamento os times de futebol que não pagam suas dívidas, impostos, contribuições e salários em dia. É o que afirmou o presidente do Coritiba e representante da CBF em uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre os problemas financeiros dos times de futebol brasileiros, Vilson Ribeiro de Andrade, na tarde desta terça-feira (15).
De acordo com o dirigente, em uma assembleia na sede da CBF no Rio de Janeiro em 3 de outubro, representantes dos 20 clubes da série A e dos 20 clubes da série B concordaram com as punições. Apesar disso elas não foram instituídas e, caso passem a valer em algum dia, tem que ser incluídas de forma oficial no regulamento do Campeonato Brasileiro, o que não foi feito. A punição com perda de pontos e rebaixamento já havia sido defendida pelo presidente da CBF, José Maria Marin, em outras ocasiões, mas nunca foi implantada.
A punição para clubes que atrasam salário é defendida pelo movimento de jogadores Bom Senso F.C. e foi incluída no regulamento do Campeonato Paulista de 2012 pela FPF (Federação Paulista de Futebol). Na prática, nunca foi aplicada. Outra proposta seria vincular parte das receitas do clubes — como a receita de TV, por exemplo — ao pagamento da dívida de cada time.
“Isso aqui é mentira, isso aqui é uma balela”, afirmou o deputado Romário (PSB-RJ) sobre a proposta. “Quem é que a acredita que a CBF vai rebaixar o Corinthians ou tirar o título do Flamengo, por exemplo, se eles estiverem inadimplentes? Isso é mentira, isso não vai acontecer, sabemos disso”, afirmou Romário sobre a proposta. “É mais um balela para sair o perdão da dívida, e aí depois ninguém cumpre a contrapartida”, disse o deputado sobre a MP do perdão da dívida fiscal dos times de futebol, estimada hoje em R$ 4 bilhões, em troca de investimento em esporte olímpico para jovens.
Durante o evento em Brasília o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, defendeu que todos os times devem pagar integralmente suas dívidas, sem a anistia defendida pelo Ministério do Esporte. O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, concordou. Ambos, porém, pedem uma renegociação de prazos para este pagamento.