A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pediu 'conciliação' e 'boa vontade' ao grupo formado por 75 jogadores prossissionais, batizado de "Bom Senso F.C.", que reivindica mudanças no calendário do futebol nacional. E culpou a categoria por não ter havido um acordo para 2014, ano da Copa do Mundo.
Em entrevista à "Folha de S. Paulo" publicada nesta quarta-feira, o diretor jurídico da entidade, Carlos Eugênio Lopes, disse que a mesma propôs aos atletas o parcelamento das férias em dois períodos - primeiro, 24 dias (de 8 de dezembro a 2 de janeiro) e, depois, mais dez dias durante o Mundial. A oferta foi recusada.
"Eles teriam mais de 30 dias de férias, mas não quiseram. Os atletas precisam entender que os clubes têm que se manter em atividade durante todo o ano para pagar os salários deles, que não são baixos", afirmou Lopes.
Para 2014, o "Bom Senso F. C." quer férias de 30 dias ininterruptos e uma pré-temporada mais longa - pelo calendário anunciado pela CBF, serão apenas quatro dias de preparação. Para 2015, a ideia é a de que o calendário seja pensado de forma mais abrangente.
"O próximo ano será excepcional por causa da Copa do Mundo. Tem que existir uma boa vontade de todas as partes", defendeu Lopes. "É preciso conciliação. Se tivermos um mês para a pré-temporada, e o Brasileiro sendo interrompido durante a Copa, o ano não termina para o futebol. Faltarão datas", acrescentou.
Segundo a reportagem, o presidente da CBF, José Maria Marin, aceita reunir-se com os representantes do grupo contrário ao calendário, que tem, entre outros, Alex (Coritiba), Rogério Ceni (São Paulo), Paulo André (Corinthians), Dedé (Cruzeiro), mas que até agora nenhum contato foi feito.