O Conselho Deliberativo do Vasco aprovou, na noite desta segunda-feira, a abertura de inquérito administrativo para apurar supostas irregularidades cometidas por Faués Cherene Jassus, o Mussa, presidente da Assembleia Geral. Além disso, declarou nulo o edital, feito por Mussa, que convocou a Assembleia Geral Extraordinária para o próximo domingo e determinou a entrega da lista de assinaturas do movimento Nova Resposta Histórica.
A votação foi de 126 a favor das medidas e 68 contrários. Nove conselheiros, após serem chamados, se ausentaram. A não ser que exista alguma nova decisão na Justiça, a votação de domingo, na qual o associado referendaria a eleição direta, foi cancelada.
Pela medida aprovada, uma comissão será instalada para apurar se houve ou não transgressão do estatuto ou infração das deliberações do Conselho por abuso de poder por parte de Mussa. O presidente da Assembleia Geral tem até quarta-feira, dia 26, para apresentar defesa preliminar. Ele corre o risco de ser suspenso ou excluído do quadro social do Vasco.
A reunião desta noite foi virtual, uma medida adotada por conta da pandemia do novo coronavírus. Foram dois motivos principais para a convocação feita pelo presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, de suposta transgressão do estatuto.
O primeiro: a decisão de Mussa de convocar a Assembleia Geral Extraordinária, de acordo com Monteiro, sem respeitar a decisão do Conselho Deliberativo. Ao aprovar a reforma estatutária, os conselheiros incluíram a eleição direta. Mussa divulgou edital com análises separadas por parte do associado baseado no movimento Nova Resposta Histórica - um dos pontos de confronto entre os grupos políticos. A votação do associado seria online. O segundo: Monteiro também elencou a contratação irregular da empresa Eleja Online para realizar a votação, segundo o depoimento do presidente vascaíno Alexandre Campello ao registrar ocorrência na 17ª Delegacia de Polícia Civil, de São Cristovão.
Mussa não se fez presente. Segundo Campello, o presidente da Assembleia Geral se sentiu mal durante o dia e teve pressão alta. Luis Mussa, seu filho, confirmou a informação e afirmou que não tinha procuração para apresentar a defesa do pai.
Julio Brant, candidato derrotado na última eleição presidencial, sugeriu, então, que, por conta da ausência de Mussa, a reunião fosse adiada. Algo que não ocorreu. Além disso, afirmou que a votação de nulidade não estava prevista no edital de convocação da renião desta noite.
Carlos Leão, vice de finanças, fez o encaminhamento de voto no sentido de advertir Mussa e adiar a realização da AGE. Questionado se gostaria de encaminhar voto, Luis Mussa não se manifestou.
Campello sugere acordo para adiar AGE
No transcorrer da reunião, o presidente Campello fez uma proposta, conversada com Mussa na tarde desta segunda. No entender do mandatário do clube, seria possível suspender a AGE de domingo até que a lista de sócios aptos a voto fosse apurada.
Desta forma, afirmou Campello, se convocaria nova AGE em dez dias. Até lá, o clube contrataria uma empresa para realizar a votação online. Ele disse que buscou orçamentos de três empresas, tendo recebido de duas. E uma delas orçou o serviço em R$ 18 mil - a indicada por Mussa cobraria R$ 56 mil.
Nenhuma decisão, neste sentido, foi tomada.